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Ensaio: Observações Do Contrato Social de Rousseau

Em Do Contrato Social [i] , Rousseau destaca que a sociedade mais antiga é a família. Que nem todo governo é favorável aos governados. Faz referência à citação de Hobbes de que os homens não são iguais. Uns são escravos, outros chefes. O filósofo destaca claramente que a força não funda o Direito, que nenhum homem possui autoridade natural sobre qualquer outro, e faz uma crítica contundente à monarquia e a tranqüilidade das “masmorras”. Defende que a autoridade legítima são as convenções. Ele defende, ainda, que retirar a liberdade da vontade do homem é tirar toda a moralidade de suas ações.  Argumenta de forma brilhante, que a escravidão não remete ao estado de guerra. E que a guerra é fruto de relação entre coisas (por exemplo, entre Estados), não entre homens. Há concordância com Locke no que diz respeito à ilegitimidade de se usurpar bens e propriedade em estado de guerra. A escravidão é a continuidade do estado de guerra, mas, o direito de escravidão não advém do de matar.
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Ensaio: Breves Notas Críticas de Dois Tratados sobre o governo Civil de Locke

A obra Dois Tratados sobre o governo Civil [i] relata a preocupação de Locke, com a liberdade, o direito à vida e a igualdade. No primeiro tratado ele relata uma preocupação singular e enfática, muito repetitiva de que a autoridade que visa restringir a liberdade do indivíduo, não é sedimentada na autoridade paterna, como Robert Filmer defende em sua obra “O Patriarca” . O primeiro tratado é muito repetitivo, por demasiado, em negar que a autoridade política não vem da paternidade, em prejuízo da mãe, e que Adão não foi o primeiro Rei, pois não tinha súditos, e se o fosse, seria apenas um rei solitário, e que é uma inverdade segundo o mesmo, pois o reino, qualquer que fosse herdeiro de Adão, sendo assim, deveria ter apenas um Rei, e não se justificaria vários reinos que se perpetuaram na Terra, o que prova que a autoridade política não vem do pai, e sim, de uma legitimação do seu povo, e de suas leis. Tanto que o próprio Filmer, segundo Locke, reconhece a divisão das 12 tribos de Is

Análise: Conjuntura Mundial

Olhando à conjuntura mundial, temos um complexo quadro, como de costume, principalmente após a crise financeira de 2008, onde segundo dados do Banco Mundial, 40 milhões de pessoas foram impactadas com a extrema pobreza. Primeiro, após a crise houve agravamento das condições de bem-estar social na Europa e até nos EUA, com exceção, mas, ponderando que de forma moderada na América Latina e da China, mas ainda, que como se pode verificar, nos últimos anos derrocou e desacelerou a China, o Brasil, a Rússia, agravado pela baixa exorbitante do barril do petróleo de US $ 100,00 para US $ 60,00, derrubando as economias produtoras do Petróleo (como a Rússia e a Venezuela) pela oferta do gás de xisto nos EUA e a grande oferta de petróleo da Arábia Saudita, aliado de primeira hora da Casa Branca para se contrapor ao Irã e servir de apoio ao Oriente Médio, que se via diante da Primavera Árabe desde 2011, com Egito, Tunísia, Líbia e a tentativa na Síria de se libertarem de ditaduras. Tudo isto,

Análise: Sobre a conjuntura do Brasil

De saída, se olharmos à conjuntura do Brasil, em meio à crise política do Executivo para com o Legislativo, e a mais agravante, do Executivo para com os representados, o povo e a sociedade civil; podemos elencar vários problemas. Em primeiro, há a questão econômica, que não obstante os recentes aumentos nos serviços básicos (transporte, gasolina e luz) e na alimentação, que já colocam o IPCA na casa dos quase 8% no período acumulado dos últimos doze meses, além do aumento da taxa básica de juros da economia (12,75%), já influem no humor, sobretudo, da classe média, cada vez mais conservadora, e ávida por manter o que conquistou nos últimos 12 anos. Em segundo, há a propaganda diária negativa com os casos de corrupção envolvendo a maior estatal brasileira, a Petrobrás. A perda ou a sensação de perda de bem-estar econômico desta classe média e da sociedade em geral, somada à massificação desta comunicação negativa, dão a impressão para o cidadão comum, se me permitem à seguinte tra

Ensaio: Algumas Notas críticas sobre O Leviatã de Hobbes

O Leviatã é, sobretudo, uma leitura ontológica, do ser humano e da sua criação de Homem “artificial”, o Estado. Porém, há de convir de que é uma ontologia decantada da religião, por mais, que na visão de Hobbes, o Estado eclesiástico seja subordinado ao Civil; o “Poder Civil” o é de fato por ser a complementaridade da autoridade de “Deus” na Terra, amplamente respaldada pela Bíblia, de que se tinha que respeitar os superiores terrenos, até que o “Reino dos Céus” seja nos apresentado novamente (desde a libertação dos judeus do cativeiro do Egito) quando do retorno de Cristo no dia do juízo. Percebe-se na leitura minuciosa e dedicada a magna obra de Hobbes, que Lukács o leu com bastante cuidado na formulação de sua Ontologia do Ser Social . Especificamente na teoria da dupla verdade desencadeada pela Igreja (a concepção e convivência entre as descobertas da ciência e a visão criacionista, a criação do mundo por Deus, por exemplo, a teoria da evolução de Darwin e a concepção de “Ad

Análises: Classe média, Ideologia, Estado Social e Revolução Cultural

Sobre a educação política da classe média brasileira: De saída, há um deságio imenso na educação eleitoral, quanto mais na política dos grupos setoriais da classe média da sociedade. Em face disso, a mesma é cada vez mais – por não terem em sua grande parcela: acesso à média, alta cultura e às vezes, a básica conscientização social e política – uma classe moduladora, que influencia o seu próprio tempo, ao mesmo tempo em que são presas fáceis dos intelectuais orgânicos das médias e grandes empresas profissionais de marketing, publicitários e propagandistas e administradores do gênero em geral – que ressonam em alto e bom som, a lógica e legitimidade da legalidade do sistema atual social e econômico. Correlação de forças entre as classes no embate de assuntos morais e ideológicos: Brasil e Ocidente: Em uma sociedade, como a brasileira, que caminha cada vez mais para uma contraposição e divisão política e geográfica de forças: seja entre direita e esquerda, ou melhor, explicitada