EU ENCLAUSURADO*
Volta e meia acendo uma vela,
Para todo mundo, para que sejas esbelta.
Vejo a todo instante o que para ti é uma cidadela.
Confirmo, nos arredores, o que para mim é uma viela.
Não há liberdade que seja de expressão em que impere a moralidade.
Há votos ao chão, desejos em lápides,
Vigiados no que falamos, se fogem ao padrão escancarado.
Vivemos sendo outro, senão somos presos,
Se ousarmos o Eu outrora embalsamado.
Somos vítimas, apesar desta conversa capitalista,
De que só podem imperar vitoriosos,
Perdedores são vistos como os que não estudaram, ou os que vivem no ócio,
Ou qualquer um que não seja parte desta osmose, deste certinho fóssil.
Tudo é coercitivo, tudo é óbvio,
Não podemos ser soberanos como indivíduos,
Só estes fantoches, este padrão tórrido.
Vivereis seguindo este trem, esta espécie de concessão cênica.
Somos o que podemos ser, somos alguém que não mais aguenta,
Somos o que está escrito, o que está regrado, ou o que inventam,
Somos todos, ao invés de sermos uma única pessoa, que tenta,
Tenta ser amigo, ser seu ouvido, seu coração, esfrega as suas ventas!
Tenta te dizer, que apesar de todos os ídolos, gurus e as rédeas que te mitigam,
És muito mais e não serás muito mais,
Se viveres atrás dos que te desmitificam,
Que só podes ser feliz sem esta ribalta, sem o bumbo dos que te atiram na trilha,
E aqueles que te arrebatam as pífias convicções
Serão os primeiros a cair de desgosto,
Quando virem atearmos fogo neste tesouro de tolo que nos alicia.
Ficaremos felizes e eu ficarei em riste,
Convicto de que nossa conscientização
Será para eles uma fatal sentença,
De que seremos o todo em nossas ações,
Respeitando e guiando-se pela nossa própria diferença,
E identidade despoluída e legítima, desde o nosso berço de vida,
E os que nos teleguiavam estarão em forçada solidão e exílio,
Pois o que julgavam importante, vivermos em constante feitiço de outra vida,
Seremos o eu, presente em nossa estima e em nossa química,
Seremos o que for e não o que em nosso prato puser,
Para que a nossa vida seja verdadeiramente esbelta, única e digna.
Diego Fonseca Dantas
08.02.2010
*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ
Volta e meia acendo uma vela,
Para todo mundo, para que sejas esbelta.
Vejo a todo instante o que para ti é uma cidadela.
Confirmo, nos arredores, o que para mim é uma viela.
Não há liberdade que seja de expressão em que impere a moralidade.
Há votos ao chão, desejos em lápides,
Vigiados no que falamos, se fogem ao padrão escancarado.
Vivemos sendo outro, senão somos presos,
Se ousarmos o Eu outrora embalsamado.
Somos vítimas, apesar desta conversa capitalista,
De que só podem imperar vitoriosos,
Perdedores são vistos como os que não estudaram, ou os que vivem no ócio,
Ou qualquer um que não seja parte desta osmose, deste certinho fóssil.
Tudo é coercitivo, tudo é óbvio,
Não podemos ser soberanos como indivíduos,
Só estes fantoches, este padrão tórrido.
Vivereis seguindo este trem, esta espécie de concessão cênica.
Somos o que podemos ser, somos alguém que não mais aguenta,
Somos o que está escrito, o que está regrado, ou o que inventam,
Somos todos, ao invés de sermos uma única pessoa, que tenta,
Tenta ser amigo, ser seu ouvido, seu coração, esfrega as suas ventas!
Tenta te dizer, que apesar de todos os ídolos, gurus e as rédeas que te mitigam,
És muito mais e não serás muito mais,
Se viveres atrás dos que te desmitificam,
Que só podes ser feliz sem esta ribalta, sem o bumbo dos que te atiram na trilha,
E aqueles que te arrebatam as pífias convicções
Serão os primeiros a cair de desgosto,
Quando virem atearmos fogo neste tesouro de tolo que nos alicia.
Ficaremos felizes e eu ficarei em riste,
Convicto de que nossa conscientização
Será para eles uma fatal sentença,
De que seremos o todo em nossas ações,
Respeitando e guiando-se pela nossa própria diferença,
E identidade despoluída e legítima, desde o nosso berço de vida,
E os que nos teleguiavam estarão em forçada solidão e exílio,
Pois o que julgavam importante, vivermos em constante feitiço de outra vida,
Seremos o eu, presente em nossa estima e em nossa química,
Seremos o que for e não o que em nosso prato puser,
Para que a nossa vida seja verdadeiramente esbelta, única e digna.
Diego Fonseca Dantas
08.02.2010
*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ
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