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Mostrando postagens de março, 2011

Poema: MÍNIMA BELEZA

MÍNIMA BELEZA* Poderia fazer arranjos de sua face, Mas seus olhos verdes, Aprisionam-me e faz com que, Em liberto, marchem. Você é tanto, Que parece Que foi feita com pouco, Dada sua beleza ser ápice, Ser mártir, de toda minha contemplação De noviço lobo. Mas, você está certa, Em ser tão linda, tão esbelta, Você foi feita com pouco, Pois a beleza interior e exterior, Que a realça, em um mínimo olhar, Já é muito. Eu a contemplo, Eu falo... Mas recito, mudo, Gaguejo calado. 15/03/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Poema: BATIDA NA PORTA

BATIDA NA PORTA* Na hora do bater de portas, Àquele que virá, Pode ser a sorte, Ou azar da campainha que tocar, Na alma dos ditos mais fortes, É a morte, caixão, vela e carpideira em choro a torques! Mas, deve-se perguntar se realmente esteve ou estás vivo, Ou estava vivendo em morte? Será que sua vida tinha sentido, causa? Ou só sorriso de quem ganha um tipo de brinquedo, Mas não tem amigos, irmãos, ou quem o console? Sempre se faça a pergunta: Será que sou vivo mesmo, Mortovivo ou estou apenas vivendo, simplesmente esperando à calma, o domingo e à morte? 15/03/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Artigo: Decepção Suprema com a Definição do Supremo

Depois de 1,6 milhão de assinaturas e com a sociedade lançando mão, de forma rara, dos dispositivos de iniciativa popular, endossado, tanto pela atuação organizada quanto pela inflamação de sua mobilização, cai por terra o sonho e expectativa prática de se aplicar a Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010 e, portanto, de moralizar o Executivo e Legislativo pela principal porta de entrada ao pleito de cargos públicos: barrar à sua expectativa de registro da candidatura em caso de não possuir atributos para o mesmo, como um professor que concorre a um concurso ou qualquer pessoa que deseja pleitear a ser servidor público e não tenha “ficha limpa”, aliás, só o nome sujo na praça, basta para o seu indeferimento. Mas ao invés deles darem com a cara na porta, foi à sociedade que a teve, além é claro, de sua vergonha e a decepção pela definição "sublime" do STF depois de mais de seis meses de deliberação. “Cumpra-se”, diriam os magistrados e homens da lei. Mas “cumpra-se” o que? C

Poema: À ESPERA

À ESPERA* Na espera de uma vida, Esperam-se morte, vivida Morre-se, com a espera da vida, Vive-se, com a espera, morrida, Aquece, com o frio da vida, Esfria-se, com o quente da morte, É muita espera pra viver, Para exaurir-se o morrer. É pouca espera para morrer, Para o elixir do viver. É sangria desatada para viver o morrer, E para morrer vivendo o ser. Oxalá fosse que a vida fosse à espera eterna da morte, E não a espera intrépida da vida, Onde se esvai ao ano, Ou vive-se aos cem anos. Que bom viver, criar, amar, Sentir e ajudar, Viver em harmonia com tantos, Sem ter que morrer em vida, Sem esses tantos. 11/03/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Poema: AS CRIANÇAS

AS CRIANÇAS* Na bola de papelão, Uma criança brinca sem razão E só com a emoção. Na bola de bolão, A criança nasce em onírico reluzente! Com muito sonho, recurso e pouco não. No campo de “jogar bola”, A primeira joga com emoção, Ela só tem isso, Muito não, E pouco sim de si, da sua emoção. A segunda segue com tudo, No campo de jogar mais que bola, Tá tudo mais fácil, Seu caminho, seu emprego, Trabalho e o arrebate, do primeiro, àquela emoção. 15/03/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Poema: MERCADO DA ALIENAÇÃO

MERCADO DA ALIENAÇÃO* Precisamos de mais tempo, Para trabalhar o que nos está por dentro, Trabalhar menos em linha de produção, Trabalhar só o suficiente, Sem explorar a alienação. Ou o que é pior, Sem alienar à exploração. Precisamos de tanta coisa, Mas ao mesmo tempo, básica, Para o nosso bem-estar, Nossa dignidade e nossa concha. Precisamos trabalhar com suficiência, E não nós, sermos a insuficiência, Para a nossa sobrevivência de comer, Dormir, beber e morar com mínimo de decência! Precisamos sair do exagero e culto ao consumo, A essa sociedade da produção pela produção. Da exploração pela exploração, Do resultado pelo resultado, E o homem, que já é um coitado, Cotado na bolsa, Como antigamente e explícito, no mercado de escravos, E explorado, pelo outro homem, Como era também, com o capataz e o capitão do mato, E, hoje, ao explorado, achacado, pela falta de educação, Que se reduz a farelo de pão em detritos do lixão E que reluz ouro para poucos, farto

Jogos de Cena e Propósitos da Visita de Obama

A visita de Barack Obama neste último final de semana coloca todos os holofotes e a pesada tarimba da mídia e elite política e econômica na correria desenfreada e no reluzir do vácuo da passagem pelo tapete vermelho estendido ao homem mais poderoso do mundo pelo Brasil: Brasília na chegada, e pelo Rio, até sua despedida nesta manhã de segunda. Vale tudo para aparecer nos holofotes do dono da cadeira na Casa Branca. Vale tudo para parecer estar nesses holofotes, mesmo que no vácuo. O que faz o mandatário da nação mais rica e poderosa do planeta – mas em recessiva curva econômica após a crise de 2008 – baixar nas terras tupiniquins, em plena crise política após a “grande surra” absorvida por ele nas eleições parlamentares no final do ano passado, e com vias de uma guerra na Líbia batendo à sua porta? Aliar-se e tratar o Brasil em iguais termos? Apoiar a soberania do Brasil para o pleito no assento permanente do Conselho de Segurança da ONU? Destravar todos os mecanismos protecionistas

POEMA POLÍTICO (O SOPRO À CONSCIÊNCIA) - 2º ATO

POEMA POLÍTICO (O SOPRO À CONSCIÊNCIA) - 2º ATO* (Continuação do POEMA POLÍTICO, 1º ATO, já publicado neste Blog) 1º ATO E aí temos a famosa “sociedade civil organizada”... Organizada de que? Por quem? Se não organiza nada.. Por que não cobra cultura, saúde, educação e segurança pública Ao invés de bandalhas? Por que não se discute o modelo educacional, Onde só se educa, e não se trumbica quem tem dinheiro, Para comunicar sua criançada! Ah! Se este pobre poema, servir para algo, Pelo menos, para desabafar e servir de ressonância, Ou para xingar..cantar e escarnecer o errado, que aí estás.. Ao lado, à frente e em todo este sistema fardo. Já ficarei feliz, porque terei do que me ocupar... (e me reeducar) É um absurdo, um país como um Brasil, Não ter nada público de graça e de qualidade, Para seu povo, seu filho gentil, Fruto de seu impávido colosso e límpida coragem! Ah! Brasil de estórias mil! Têm muitos Brasis, escondidos nos becos varonis! Tem muita gente can

Poema: ÊXODO INDIGNO DO CARENTE

ÊXODO INDIGNO DO CARENTE* Na diáspora desmedida, Cabia tudo, na saída, No Êxodo do Êxito, Nada lhe cabia. O povo carente tenta ser tudo, Ao menos, gente. Porque o que lhe tiram No Êxodo de tudo, É desumano e inconseqüente. O poder público, É o histórico, Padecer público, Do carente. Ah! Claro, é poder público, Para meia dúzia de potentes, Porque é difícil viver um mundo, Onde o “eu” vale sempre mais que “a gente”. Que mundo é este? Que só vive, Quem sobrevive, Na labuta e sem emprego, Na comida e com fome Na sede, e sem água, Com saúde, com doença. Com dinheiro, dos outros e em compromisso de litígios, Sem coisa boa e digna, E com coisa ruim e ínfima. Ponto, reticências e oração. Mesmo à oração do povo, sem sujeito, sem travessão. Ponto entre períodos, mais reticências, E ponto de exclamação! Mais reticências de sofrimento, Alegria de tristeza de carnaval, sem dinheiro, Sobejo de comida, e de beber barrento. Mais reticências de viver sofrido, De

Artigo: A Ética do Regimento

Quando nos deparamos com fatos verídicos na histórica recente da nossa Política com provas documentais em vídeo, cada vez mais difundidos por delatores que outrora eram aliados de seus delatados, ficamos com a estranha sensação de que parece que o fato vira uma simples história (ou estória) e que prova documental em vídeo não é mais uma prova cabal para se definir e discriminar se tal político delatado é realmente corrupto. Tenta-se até plantar dúvidas para pensarmos até onde vai à suposta ingenuidade dos envolvidos, como foi o clímax da nota do PMN-DF, para explicar e defender sua correligionária Jaqueline Roriz, que foi filmada por Durval Barbosa ao receber R$ 50.000 de dinheiro de caixa dois de sua campanha de 2006, quando pretendia a cadeira de deputada distrital em Brasília. Ou seja, imagem e voz da pessoa, em vídeo não são mais suficientes para se abrir de imediato um requerimento na Comissão de Ética da Câmara. Pelo contrário, a Comissão precisa ser provocada e precisa-se ainda

Poema: MATERIA À ALMA

MATÉRIA À ALMA* Matéria, Espírito, Alma, Carnal, Tudo É tão Completo E completa O ser astral. É muito perfeito, A vida, Como a foi concebida, Mas se desmonta, No viver dos homens, Que tudo querem, E, sem nada, ficam. 15/03/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Poema: DISPENSO-ME

DISPENSO-ME Dispenso-me desta terra, Desta estrutura, Desta selva, E das suas agruras. De sua relva, E nós, no mar de lama, De rato e de merda. Dispenso-me de suas práticas, Do seu dinheiro sujo, De suas facadas, Dos seus tiros de bala, De sua corrupção, De sua laia, Da sua estirpe, E do seu manjar, de se locupletar, E nós, rindo do seu ultraje, Nós, mesmos, que somos um bando de covardes. Mas, dispenso-me a uma exceção. Não dispenso-me, De lutar, De morrer, De sangrar, Para viver, E matar, A sua relva, O seu manjar, Para que possa, se locupletar de sua própria merda, Sem poder, sem seu sujo dinheiro, sem suas práticas intrépidas! E viverei, dispensando atenção aos seus planos, Para procurar-lhe às suas agruras, Que nos dispensa, hoje, sempre, e a todo e infernal instante. E... Dispenso-lhe toda à nossa atenção, para que seu poder ímprobo e Corrupto, Esteja neste mesmo mar que nos visita, todo santo dia, De merda, de rato e de lama. 14/03/2011

Poema: OS MEDOS DO AR E DA TERRA

OS MEDOS DO AR E DA TERRA* Zoar No vôo, Incessante, É fogo, Excitante! Pena, Que meu medo, Dá pena, Em penado, De voar, Em rasantes. Prefiro ficar na terra, Aqui, existem medos, Mas esses, estão em solo, Em terra fincada, Menos no ar, Que não alicerçam minhas pernas. Asas só no ar da imaginação, Que voam e voltam a terra, Em segundos de momentos de distração. Prefiro o medo da terra, Que o medo do ar, Da falta de controle, E da não sustentação. 28/02/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Poema: CACAU

CACAU* O cacau Do sul, Da Bahia, Dos ilhéus, De Ilhéus, Dos grapíunas De Itabuna, Minguou. O cacau Antes Era ouro, Que, em todo estado, Sem exceção, Financiou. O cacau, Dono de sabor gostoso, Fruto com poupa e caroços melados, Suco maravilhoso, Que deleita o chocolate, E nos transforma em choco-loucos. Cacau era tudo, E o que foi derrocada dos coronéis, Foi à bancarrota das cidades, Do estado e do povo. Poderia ser a culpa de se ter uma só cultura, Mas, o cacau era economia, Uma Causa, trabalho e ganha-pão, De todos dessa, cacaueira, labuta. Cacau era tudo na região cacaueira, Era muda de riqueza, Hoje, é mudo de tristeza, De uma região, Que deve tudo ao cacau, Sua cultura, arte, paraísos, E turismo cacaueiral, Pelos romances de Jorge, Por tudo que lembra este fruto nobre, Ficará apenas a lembrança, E o gosto dos chocolates de porte, Ficará a esperança do cacau-ouro E da utopia de nova pujança, Seja pelo cacau clonado ou orgânico, Seja p

Poema: CARAMELO

CARAMELO* O caramelo Do caramujo, Do morro, Da terra Do pé, De cacau, É sempre Caramelinho, Do camelo, Do centeio, Da muda da terra, Da lama, Do barro, Da bala Cara e melinho, Desta poesia Cara, Melada, E de brincar, Com as palavras, Deste poema lúdico, Melado, E nada caro. 28/02/2011 *Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional- RJ