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Mostrando postagens de 2012

Poema: PELAS SOMBRAS

Vivo às sombras Mesquinhas, Que aprontam e amedrontam O famoso inquilino do píer. Gracejo em palavras, Com a boca cortada, Esfacelada em alma, Em coração cujo amor é sedento. Sensibilizo com meu sangue, Meu andar cujo rancor É mero lamento. De sangue, de horror, De enfadonho, De calor, Cuja mulher É meu antiquário desenho. 03/01/2012 Copyright © 2011 Diego Fonseca Dantas

Ensaio: Gramsci e Hegel: o Estado, Consciência e o Brasil Atual

O ensaio de uma nova formulação de Estado, a se chegar concreta, perpassa o moderno príncipe, como enuncia Gramsci, e depende de uma crescente ascendência econômica da sociedade, para se recriar intelectual e moralmente a espelho do moderno príncipe, ou melhor, do mito príncipe, o partido. Passa por uma revolução pacífica, aquela mesma que se detém ao momento ou momentos em que se acumulam as forças produtivas, e políticas para se avançar à situação evoluída, seguinte. O destacado neste caso, e contextualizado no Brasil, percebe-se que o PT (Partido dos Trabalhadores), alcançou toda esta gama de “ensinamentos” do autor de "Maquiavel, a Política e o Estado Moderno", mas quando de 2003 até 2006, no processo para reeleição de Lula para o segundo mandato, a olhos vistos, o príncipe petista (o partido, não o presidente), trocou seu projeto popular de 20 anos, por um projeto de poder de 20 anos. Claro, que na sua base interna cerca de 20% do PT, é de foro radical, de extrema-esqu

Poema: MARIGHELLA VIVO EM NOSSOS CORAÇÕES!

Marighella! És para mim exemplo de homem, de cidadão e de guerreiro, Já refutando Juracy Magalhães em teu poema nos tempos da Escola Técnica, Sendo preso e rechaçado, fazendo poesia, livros e conscientizando-nos [ por léguas. Marighella, nasceste estrela, nasceste em terra de festa, Nasceste na Bahia, filho de imigrante italiano e filha de escrava forra. Teu sangue nasceu da mistura negra e do sangue quente e revolucionário [ de Emília, Ítalo-brasileiro nato e brasileiro das injustiças. Muitos te chamaram de assaltante, terrorista, Mas tudo era legítimo naqueles anos de chumbo, De escuridão, ideias monossilábicas, turbação. Baiano, ganhaste o mundo e o Brasil contra aquele submundo, Que muitos livros de história insistem em não contar, Em faltar com a verdade, em não expô-la para quem desejar. Marighella, tua estrela é sempre eterna, Tua semente, no plantio de várias primaveras, Tuas ideias como colheita nos outonos dos que te veneram. Mesmo morto, não serás re

Poema: Trabalho na Cova Rasa

Estou contra a corrente Dilapidando-se em torrentes mortas, Em dia a dia vão, De mossa. Estamos na auto-ignorância de muitos, De poucos sábios, Que julgam o saber, saber tudo. Estamos contra a corrente De ideias, de trabalho morto, De morta máquina. De chão de fábrica lapidado De pouca gente farta. De falta de "poucos capitalistas". De muita mata grilada. De torpe assalto ao trabalhador. De muito viver Pra sobreviver como traça. A traça que traça, que traz Minha graça. Da minha vida Do sobreviver pouco de muitos tolos. No massacre da tela, Da descompostura bela Da hipocrisia Nefasta. Escondida na mesa, Na reunião Nas decisões de nada. Se o que queres é dinheiro, É capital; Trabalha coitado, Alienado ao quadrado, Para o chão, só restar você Defenestrado Titubeado Mascarado Forjado Escancarado Na cova rasa. 10/05/2012 Copyright © 2011 Diego Fonseca Dantas

O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DOS INTELECTUAIS NA AMÉRICA LATINA

Estamos em 2012. Obviamente. Mas, não tão evidente para a ótica e enraizamento da base material dos processos históricos que se arrastam até a atualidade, tanto na esfera política, como sócio-econômica na América Latina e Caribe, que nos remete, compulsoriamente, mas, com muita satisfação e liberdade intelectual à análise pertinente e não tão em oportuna hora, sobre os Intelectuais e seu papel hoje, no Bloco. Também para este caso, não podemos deixar de lançar mão do hiato de comportamento intelectual real, e o esperado à superação das contradições e problemas na América Latina, que deve ser, logicamente, pensada de forma ampla e estruturada, não só com a sorte de eleições como a do México e Venezuela deste ano de 2012, mas suas possíveis inter-relações com Washington como, por exemplo, uma possível retomada da Casa Branca pelo Partido republicano, com o pré-candidato Mitt Romney, o que no caso define de pronto, e diametralmente, a política externa para a América Latina. Não nos pe

Lançamento: POESIA - LIVRO: BRASIL SOCIAL - 19/03 (Segunda-feira) às 18:00hs

Para marcar na AGENDA, hein! Lançamento do meu livro de Poesia BRASIL SOCIAL - A verdade desvelada - de Diego Fonseca Dantas - pela editora Ibis Libris, será dia 19/03 (Segunda-feira) às 18:00 hs no endereço abaixo: Livraria República do Bardo Av. Rainha Elizabeth, 122 lj. E Copacabana, Posto 6 Informações técnicas do livro no catálogo da editora e pela LIBRE: http://www.libre.org.br/titulo_view.asp?ID=12040 Grande abraço,

Poema: O Analfabeto Político (Bertolt Brecht)

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo." Bertolt Brecht

As duas histórias se “repetindo” na Greve da PM baiana

“A militarização é perversa para a categoria. No Rio, mandaram o BOPE (Batalhão de Operações Especiais) reprimir a mobilização dos bombeiros. Era irmão atirando em irmão. Eu estava lá e vi tudo. Muito triste, mas ordem dada é ordem cumprida” – Marco Prisco, líder do movimento grevista da PMBA. Como completou Marx, à frase de Hegel, “A história se repete, por assim, dizer, duas vezes. A primeira, sempre, como tragédia. A segunda como farsa.” Podemos adaptá-la muito bem e com total aderência dentro do contexto da atual greve da PM da Bahia. O ano era 2001. A Greve da PM eclodiu na Bahia, tendo maior visibilidade em Salvador, que chegou ao ápice com os grevistas tomando o controle de quatro dos sete batalhões da região Metropolitana de Salvador. Apesar de terem sido requisitados o Exército e a Polícia Federal, a tomada de decisão - apesar da criminalização do movimento grevista da PM - primou-se pela negociação (claro que por receios absolutamente político-eleitorais) por parte do go

Poema: SÓ ALGUMAS PERGUNTAS

Estou só Solteiro em prol De uma vida de guerreiros. Do sol Das notas musicais, Mas tocam-se os que têm dó E não agem por inteiro. De sol dos Exasperados, Tamanhos Covardes Descabelados Por alma Que se atraem Por seu visível E indivisível contraparte. Uma vida que precisa ser lida, Lutada E aguerrida Para não ser mordida Morrida. O que teremos de pronto Se nos atraírem pro confronto Que não seja este Que encontro E que não tem nenhum embate? O que teremos de intelectual Se forçarmos um sistema capital Esgotado por tantos e tantas Que não tem coragem Do covarde de dizer ao traste Que está tudo um contraste e mau? Pois, seremos este amorfo Esta coisa mórbida Pelos pés que se sustentam Pelas mãos de sangue Das ocupações Para atirar-nos À sombra Para tirar Sua casa Que tanto se sonha? Quando haverá Desconforto De lança Para cobrar o que nos é de direito Onde a função social vem antes do de propriedade Onde entre a dignidade ante a ganânc

Do 1º ano de Governo Dilma às aspirações de um povo

Pelo andar da carruagem política em 2011, era de se esperar que neste primeiro ano que passou, o Governo Dilma fosse estar ancorado na morosidade das políticas públicas, não no momento da sua eleição, que gera sempre expectativas mil, mas, a partir dos primeiros casos envolvendo suspeita de corrupção com a queda de seis ministros com tal crivo, às cizânias com o PMDB, e o principal: a queda do arcabouço político conjuntural à época do Planalto com a saída de Palocci da Casa Civil em junho de 2011. O que teremos pela frente? Popularidade pessoal de Dilma de 72%, sustentada pela silhueta do marketing político sobre a tomada rápida de decisões de afastamento de ministros e seus malfeitos, poderiam dar larga margem a pensamentos e análises simplórias de que Dilma, realmente, não compactue com os mesmos malfeitos e malfeitores. Mas, não é bem assim. Longe de tecer juízos de valor, o que se externa é que a presidente está mesmo ancorada em uma coalização que lhe deixa pouca margem de manob

Poema: DIA APÓS DIA

Ah! Dia após um dia Vivendo o mesmo dia, Tento, tentamos e tentais, Mas, caímos na tentação pervertida De um sistema que nos atenua nos segundos dias. É uma lordose de desafios rotineiros. Trombose que me enfarta o ano inteiro. Um dissabor que me alimenta que nem bicho e bicheiro. Pois, há sempre uma confusão. Uma briga eterna entre emoção e razão. Entre o sonho e a sobrevivência, Vamos ver quem vai ganhar primeiro. Vamos torcer para quem vai ganhar derradeiro. Entre o primeiro e o segundo, Tem que gerar um terceiro. O primeiro mais o segundo. Tecer sonho verdadeiro. Real, onírico profundo. Que transcenda o simples andar e ser. Que sobreviva à vida, dia após dia e ano inteiro. 06/01/2011 Copyright © 2011 Diego Fonseca Dantas

Poema: SINO ALERTA

O sino badalou, O estampido ecoou. O jorro do gozo jorrou. A bomba dilacerou. O sistema explodiu, A alegria da alegria eclodiu. A morte chegou, A tristeza emergiu. A fome assolou, A sede cessou. O monte se elevou Já o céu, caiu. Que montes gigantes e sinos São tão grandes na ginga da vida, que esvaem-se aos montes. O social, em brindes, sucumbiu, O capitão saiu De todas brandas cenas Para no capital zunir. O planeta se esgotou. O mar, terra, ar e fogo Se foram, para vão do esgoto incolor. A África tá aí. O novo mundo também, O Interior sumiu. A metrópole em potência lascou-se. Enquanto há semi-humanos Vivendo à espora da pobreza, Na latência da sobrevivência, Nas calçadas paupérrimas, Nas chorosas cavernas, Nas grotas fundas dos déspotas da taverna Que tanto bom senso e tato, se degradam em lamento da selva de pedra. Que montes gigantes e sinos São tão grandes na ginga da vida, que esvaem-se aos montes. Que tão grandes planetas e cidades, Mas

Poema: POETA QUE SANGRA

O poeta que sangra É o mesmo que em cama Sai das escuras e reconhece a quem ama. O poeta das ruas É o mesmo que some. Da luz dos postes, Da lua dos homens E do céu resplendor Que em sua saga, o desonra! O poeta que canta É o mesmo que teoriza, Que pratica em vida corrida Sua crista de vida cristã de quem já se foi. E por isso, mesmo, se sagra sacripanta. O poeta recolhido É o mesmo fingidor Que sobressai-se Em tudo, Menos na vida Que não o aceitou. O poeta escondido É o poeta banido Das escuras que “ilumiam” o bandido. O malandro que percorre o gueto Para o desespero dos que andam Inocentes, desconfiados de sua ciência De quem ainda não aprendeu a realidade que urge a gente. E que por outrora, e agora já o embalsamou. O poeta das noites É o coice do dia afoito Para quem a foice O decepa e degola À luz do dia em pleno sabor. O cancioneiro das palavras encaixadas, Trovador sem violão das degolas da alma, Paixão vivida a mil Sem detalhes, Mas com