EU ENCLAUSURADO* Volta e meia acendo uma vela, Para todo mundo, para que sejas esbelta. Vejo a todo instante o que para ti é uma cidadela. Confirmo, nos arredores, o que para mim é uma viela. Não há liberdade que seja de expressão em que impere a moralidade. Há votos ao chão, desejos em lápides, Vigiados no que falamos, se fogem ao padrão escancarado. Vivemos sendo outro, senão somos presos, Se ousarmos o Eu outrora embalsamado. Somos vítimas, apesar desta conversa capitalista, De que só podem imperar vitoriosos, Perdedores são vistos como os que não estudaram, ou os que vivem no ócio, Ou qualquer um que não seja parte desta osmose, deste certinho fóssil. Tudo é coercitivo, tudo é óbvio, Não podemos ser soberanos como indivíduos, Só estes fantoches, este padrão tórrido. Vivereis seguindo este trem, esta espécie de concessão cênica. Somos o que podemos ser, somos alguém que não mais aguenta, Somos o que está escrito, o que está regrado, ou o que inventam, Somos
Artigos e Ensaios de Ciência Política. Ensaios Morais e sobre Cultura e Arte em geral. Poesia Brasileira.