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Poema: IDENTIDADE

IDENTIDADE*

Sou forasteiro impávido,
Sou teixeirense, meio grapiúna,
De Ibicaraí, hoje soteropolitano,
Amanhã serei o carioca ao lado,
Entro e saio da 101, minha linha férrea, meu cansaço.

Em Teixeira, aprendi a vim ao mundo,
Em Itabuna, aprendi a ser criança,
Em Ibicaraí, saí da ciranda,
Salvador foi a ponte, meu norte desta andança,
No Rio, parei, voltei na labuta da mudança.

Estou no farol do gigante, saí do coração pulsante,
Convivo com o paiol das notícias, dos movimentos,
Dos ideais deste grande montante.

No olho deste gigante, minhas raízes dilataram,
E no piscar de olhos e do tempo, minha visão tinha faro,
Encontrei-me como cidadão e como jovem politizado,
Nos corredores com amigos, com mentores invisíveis,
O ideal estava deflagrado,

Vim e vi este enorme balaio,
Jamais me esconderei de tudo o que olharei,
Mesmo que seja castrado.

Navegar é preciso, viver não é preciso,
Pessoa estava certo, vou de encontro ao errado,
Ao calado, ao desgarrado e ao sistema lacaio.

Sozinho nada poderei,
Por isso, vou agregando
E liderados, arregimentando,
Pescadores em apóstolos,
Trabalhadores em não mais inglórios,
Trabalhador com mais nome,
Sem ser mais fulano,
E ontem, o que era menino,
Hoje vira combativo,
Amanhã serei colosso,
Vitória ao nosso povo,
Longa vida ao Socialismo,
A Liberdade e ao coletivo,
Deus nos brinde com Fraternidade Humana
Primor ao próximo, aos idosos e as crianças,
E equilíbrio e sinergia ao indivíduo,
Que a esperança não saia nunca das minhas entranhas,
Nem de pandora, deste conjunto e de vossos colírios.

Diego Fonseca Dantas
02.02.2010

*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

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