Tomaram a Bastilha, tomaram às ruas em 1789, tomaram as ruas em Maio de 68, tomaram as ruas como neste sétimo dia de greve geral (neste dia 20) em Outubro de 2010 e tomarão amanhã também..e tomarão sempre que os seus direitos e deveres forem “revolucionados” e as “salvaguardas”sociais e coletivas para o povo e sociedade estiverem em riste pelos seus governantes..ou de si mesmos. A luta para barrar ou quem sabe até “negociar” o aumento da idade de aposentadoria, assim como julgar isso uma necessidade (do governo ou do povo?) é uma questão e premissa de consciência e não uma sorte de ter ou não líderes ou pessoas que se esgoelam e se esforçam fisicamente e “emocionalmente” para arrebatar corações em seus seios sociais. É uma realidade coletiva, onde cada um tem consciência social e política e o líder entra para confluir e direcionar, para ser a representação daquela consciência. O líder emerge na consciência da sociedade francesa - independente de ser burguesa ou não, de seus setores distintos ou não, de suas contradições ou não - e tudo converge; e o líder não submerge na, e pela consciência, como aqui no Brasil. A Bastilha, fortaleza esplendorosa e instransponível, vira mero castelo de cartas na mão dos franceses, cujos “Ases, Reis e Valetes”, viram cartas “rasas” no jogo em que os coringas mudam o tabuleiro e a prole assume o jogo do poder. Só não se sabe muito bem quantos coringas dispõem o povo e como ele os usa, mas os utiliza para barganhar, para muito ganhar e pouco perder.
De certo, aqui no Brasil, não podemos usufruir da mesma força, nem dos coringas e muito menos do líder. Graças ao “embaralhar” do jogo social, temos sempre um líder nas camadas sociais, nos grotões, na classe média, nas categorias sindicais e em todas as instâncias da sociedade. A questão, diferente da França, é que falta a consciência...Ah!..É generalização e precipitação afirmar isto? Não..não é. Temos espasmos de consciência social e política, moduladas por uma minoria, que precisa até de certa condição sócio-econômica, por sinal, mais econômica, para se interessar e achar as frestas para alimentar-se de cultura, de livros diversos ou mesmo estar dotado pela educação, ou pelas pessoas com quem andam, de um pensamento crítico e questionador, mas ao mesmo tempo aberto as luzes para não se fechar em dogmas e fundamentalismos, de qualquer espécie. Neste tabuleiro e jogo, fica até difícil o líder surgir e ganhar a consciência das pessoas, pois estas, como constatamos, não as tem ou as tem por espasmos. Como não há uma consciência solidarizada e coletiva, temos correntes de líder para cá e acolá, e sabemos que o tal “dividir para governar” só funciona realmente com quem governa, e não de quem sofre a divisão ou é dividido. Além do mais, ficamos dependendo do líder, que dependendo, joga a seu bel prazer às massas já tão dispersas para uma seara religiosa, outra para uma seara contrária; e poucas ou insuficientes searas políticas e sociais, que além de quebradas por ideologia ou ordem de movimento, são coercitivamente marginalizadas, pela maioria alienada, colocadas na “ilegalidade” do senso comum da sociedade.
Para tomar a “Bastilha Brasileira”, precisamos desde já começar pela conscientização - e para isto, é preciso alicerces de aço para suplantar as dificuldades e gargalos coexistentes na nossa estrutura social, para sucumbir um modelo degradado e viciado e colocar em ar e em gênese, um modelo público, de altíssima qualidade, pronto a formar cidadãos laicos, politizados e conscientes- críticos socialmente. A saber, que toda conquista é feita com luta e mesmo com a conquista, é preciso sim lutar para garanti-la, para salvaguardá-las - se me permitam um trocadilho usual e mercadológico, “nada é de graça”, “tudo que é bom, é caro” - voltando ao papo sério: Não se pode achar que conquistas ou manutenção delas pingam do céu e caem do nada, o “barato não precisa sair caro”, pro povo. Como garantir seus direitos se o povo não luta por eles? Aliás, se nem os reconhecem? Se nem os remetem?
Mais uma vez, a França dá seu exemplo, e mostra que é possível ser uma sociedade do velho Mundo, contemporânea e moderna, de igual peso frente às demais nações que pensam que este teor revolucionário é um romantismo do passado, e que o mundo agora precisa ser regido pela “verdade” pragmática da tecnocracia, dos números e somente pelo viés da economia – “Modismo” do momento.
Na França, que inaugurou-se à história, os ideais de “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”, não é nenhuma surpresa ver esta luta - ou mais uma luta e com certeza, doravante e constante luta em toda circunstância e em toda causa que seja a causa para se lutar. No Brasil, tínhamos um pouco disto, no século XX, mas parece que as cicatrizes da ditadura militar deixaram a maior plástica que poderia deixar na sociedade e em seu povo. A falta de consciência crítica e a troca do enfrentamento necessário por um excesso de moderação para o trato da realidade brasileira. Tudo virou um resumo do “Paga primeiro e depois reclama”. O problema é que aqui no Brasil, não se critica e não se reclama, em massa, de nada. A não ser, de coisas triviais, normalmente centradas em nossos interesses individuais - metas mágicas e normalmente materiais, que são tidas para nós, como o atalho para sermos felizes – Só que isso é puro engodo – normalmente e somente enxergado na “catarata” da velhice.
Sem uma educação pública e de qualidade, que suplante e seja superior ao do ensino privado, não há como se construir educação e consciência crítica às nossas crianças, no nosso povo e em “nossa” sociedade. Uma educação como política de Estado, que crie consciência a partir do real e não através de restrições e vieses de interesses privados de seus mais variados e dissonantes grupos e subgrupos. Educação de verdade não se comercializa. Consciência e senso crítico, não se vendem. Somente com educação, o Brasil estará à frente, e não do jeito que está, mormente. Como críticos e independentes, teremos mais condições de nos unirmos coletivamente, de cobrar e de ser cobrado; de pressionar o governo; e de lutar contra qualquer plano ou condição em que o ônus ao social e ao povo seja prioritário, determinante e inexorável. A Bastilha é hoje quase intransponível no Brasil, não por uma fortaleza do sistema, mas por uma fortaleza intrínseca e fincada dentro do próprio pensar das pessoas. Podemos quebrar e tomar a “Bastilha Brasileira” e ressonar o grito em coro, “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”, mas para isto, não precisamos ser franco-brasileiros; precisamos somente ser brasileiros francos - com consciência crítica fruto de uma educação de verdade.
De certo, aqui no Brasil, não podemos usufruir da mesma força, nem dos coringas e muito menos do líder. Graças ao “embaralhar” do jogo social, temos sempre um líder nas camadas sociais, nos grotões, na classe média, nas categorias sindicais e em todas as instâncias da sociedade. A questão, diferente da França, é que falta a consciência...Ah!..É generalização e precipitação afirmar isto? Não..não é. Temos espasmos de consciência social e política, moduladas por uma minoria, que precisa até de certa condição sócio-econômica, por sinal, mais econômica, para se interessar e achar as frestas para alimentar-se de cultura, de livros diversos ou mesmo estar dotado pela educação, ou pelas pessoas com quem andam, de um pensamento crítico e questionador, mas ao mesmo tempo aberto as luzes para não se fechar em dogmas e fundamentalismos, de qualquer espécie. Neste tabuleiro e jogo, fica até difícil o líder surgir e ganhar a consciência das pessoas, pois estas, como constatamos, não as tem ou as tem por espasmos. Como não há uma consciência solidarizada e coletiva, temos correntes de líder para cá e acolá, e sabemos que o tal “dividir para governar” só funciona realmente com quem governa, e não de quem sofre a divisão ou é dividido. Além do mais, ficamos dependendo do líder, que dependendo, joga a seu bel prazer às massas já tão dispersas para uma seara religiosa, outra para uma seara contrária; e poucas ou insuficientes searas políticas e sociais, que além de quebradas por ideologia ou ordem de movimento, são coercitivamente marginalizadas, pela maioria alienada, colocadas na “ilegalidade” do senso comum da sociedade.
Para tomar a “Bastilha Brasileira”, precisamos desde já começar pela conscientização - e para isto, é preciso alicerces de aço para suplantar as dificuldades e gargalos coexistentes na nossa estrutura social, para sucumbir um modelo degradado e viciado e colocar em ar e em gênese, um modelo público, de altíssima qualidade, pronto a formar cidadãos laicos, politizados e conscientes- críticos socialmente. A saber, que toda conquista é feita com luta e mesmo com a conquista, é preciso sim lutar para garanti-la, para salvaguardá-las - se me permitam um trocadilho usual e mercadológico, “nada é de graça”, “tudo que é bom, é caro” - voltando ao papo sério: Não se pode achar que conquistas ou manutenção delas pingam do céu e caem do nada, o “barato não precisa sair caro”, pro povo. Como garantir seus direitos se o povo não luta por eles? Aliás, se nem os reconhecem? Se nem os remetem?
Mais uma vez, a França dá seu exemplo, e mostra que é possível ser uma sociedade do velho Mundo, contemporânea e moderna, de igual peso frente às demais nações que pensam que este teor revolucionário é um romantismo do passado, e que o mundo agora precisa ser regido pela “verdade” pragmática da tecnocracia, dos números e somente pelo viés da economia – “Modismo” do momento.
Na França, que inaugurou-se à história, os ideais de “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”, não é nenhuma surpresa ver esta luta - ou mais uma luta e com certeza, doravante e constante luta em toda circunstância e em toda causa que seja a causa para se lutar. No Brasil, tínhamos um pouco disto, no século XX, mas parece que as cicatrizes da ditadura militar deixaram a maior plástica que poderia deixar na sociedade e em seu povo. A falta de consciência crítica e a troca do enfrentamento necessário por um excesso de moderação para o trato da realidade brasileira. Tudo virou um resumo do “Paga primeiro e depois reclama”. O problema é que aqui no Brasil, não se critica e não se reclama, em massa, de nada. A não ser, de coisas triviais, normalmente centradas em nossos interesses individuais - metas mágicas e normalmente materiais, que são tidas para nós, como o atalho para sermos felizes – Só que isso é puro engodo – normalmente e somente enxergado na “catarata” da velhice.
Sem uma educação pública e de qualidade, que suplante e seja superior ao do ensino privado, não há como se construir educação e consciência crítica às nossas crianças, no nosso povo e em “nossa” sociedade. Uma educação como política de Estado, que crie consciência a partir do real e não através de restrições e vieses de interesses privados de seus mais variados e dissonantes grupos e subgrupos. Educação de verdade não se comercializa. Consciência e senso crítico, não se vendem. Somente com educação, o Brasil estará à frente, e não do jeito que está, mormente. Como críticos e independentes, teremos mais condições de nos unirmos coletivamente, de cobrar e de ser cobrado; de pressionar o governo; e de lutar contra qualquer plano ou condição em que o ônus ao social e ao povo seja prioritário, determinante e inexorável. A Bastilha é hoje quase intransponível no Brasil, não por uma fortaleza do sistema, mas por uma fortaleza intrínseca e fincada dentro do próprio pensar das pessoas. Podemos quebrar e tomar a “Bastilha Brasileira” e ressonar o grito em coro, “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”, mas para isto, não precisamos ser franco-brasileiros; precisamos somente ser brasileiros francos - com consciência crítica fruto de uma educação de verdade.
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