É de se estranhar quando vemos alguém falar que não vive para o dinheiro, não é? Você já deve ter ouvido algumas destas figuras por aí, e pensado: “Este cara, com certeza, é maluco” ou “Este cara vive em outro mundo”..mas tudo bem, é o tal do senso comum, é o mundo coercitivo, como teoriza Durkheim. Ou pode até mesmo ser fruto do condicionamento humano, conforme teoriza a Escola Behaviorista. Mas certo mesmo é que o condicionamento não é o motor, são as amarras e a resistência deste molde em que vivemos – advindo predominantemente da ideologia capitalista.
Desde pequenos, o que aprendemos? “Olha filho, você tem que estudar..estou pagando escola cara, e você me vem com esta nota..olha filha, já tá mais do que na hora de arranjar um estágio..Paulo, meu filho, você fez um cursinho caro, você tem que passar na Federal..você tem que ter um futuro brilhante, este mundo de hoje tá difícil, tá muito concorrido..você tem que estudar para ser o melhor e conseguir um bom trabalho”.. Quem de nós, já não ouviu esta frase, padronizada, ajustada, encurtada ou alongada – mas que manteve intocável, o mesmo conteúdo e mensagem? Duvido que não...posso até não as ter reproduzido fielmente, mas não “fielmente” também, é o que vou dizer aqui em relação ao sistema em que vivemos. Vou reproduzir fidedignamente.
Mas por ora, não conseguimos ficar perplexos com esta mesma repetição dia após dia, com nossos professores, cuja repetidora amplifica o sinal, cada vez mais forte nas ondas de rádio dos nossos mais variados pensamentos coletivos e da sociedade, e o repete no ensino médio que repete e amplifica em uma espécie de satélite e microondas da Faculdade. É a mesma expectativa, todo “não santo” dia; e o que acontece no mercado de trabalho? O atropelo de tudo e de todos em nome da produção, em sobrenome do processo produtivo e a qualquer preço do “custo deste processo”, prevalecendo o menor custo x benefício no produto e serviço em detrimento do maior custo e ônus para o ser humano, para os trabalhadores, e até mesmo para os executivos. Esses por sinal, em pesquisa recente, apontam que 80% deles próprios, de seus CEO’s, CFO’s, CIO’s, entre outras siglas, não estão satisfeitos e pior: não estão felizes com o que fazem. Engraçado, é que parece que o custo desta percepção e realidade é maior que o bônus que levam, anualmente, para o esforço repetitivo de sua produção agonizada, mas que batem às metas, transversalmente. Se para os executivos, temos esta relação custo x benefício, imaginem qual relação é pertinente ao time de colaboradores..deve ser custo x sacrifício, ou custo X custo.
Ao passo que vivemos uma espécie de dicotomia entre o trator da produção capitalista e o campo do ser humano, que é antes de tudo, um ser que precisa de relações informais, e sociais, cujas relações não são mais forjadas desde o início do século XX, pela ótica mecanicista de Taylor, movido só e somente pelo dinheiro e por este prêmio decorrente de seu desempenho em linha de montagem; na verdade sabemos que não existe tal dicotomia, e a produção acelerada - porém equilibrada - e necessária pode muito bem conviver com o ser humano – mas este ser humano, ou grande parte dele, que se comporta como controlador da máquina taylorista, precisa ser conscientizado, sob pena de o próprio tempo dar uma nova resposta a ele, para enquadrá-lo, em prol e bem da humanidade e de suas relações produtivas (baseadas antes, nas relações sociais), e principalmente por uma questão de harmonia à natureza e seus escassos recursos.
O mundo da cooperação é possível sim, para barrar e frear esta lógica medonha, e ainda atrasada nos dias de hoje. Hoje vigora, ainda em ritmo pequeno, o avanço de cooperativismo, da administração participativa e do senso humano, para imperar gradualmente na nova face presente da história humana. Vide as cooperativas que tornam em “grandes”, agricultores familiares, de (até) baixa escolaridade e pequenos economicamente com grande poder de barganha frente aos grandes oligopólios da indústria agropecuária e alimentícia. Ou as pequenas sociedades e empresas, que respondem por mais de 90% das empresas, e que mesmo sufocados em uma redoma tributária, conseguem responder aos seus anseios, como mercado e à sociedade.
Se a cooperação responde bem pela mais antiga, remota e renovada atividade econômica, que é o usufruto dos bens e a produção agrícola e da terra, e nas pequenas e micro-empresas, por que não dariam certo na lógica das grandes empresas, em seus processos produtivos com grandes resultados em seus balanços? Vale lembrar que o trabalho já é feito com base na cooperação de pessoas que setorialmente, paralelamente, em “staff” ou em linha de produção, já fazem acontecer. Só que neste caso, temos a cooperação informal e até necessária, para que cada um tenha como perdulário de seu trabalho, o seu salário e o seu prêmio. Para avançar, é preciso arregimentar e implantar a cooperação formal, horizontal, participativa, onde o meio de produção é um meio em sinergia e de usofruto de todos os que dele tiram o seu sustento; mas para isto, é preciso antes de tudo que o homem coopere formalmente com o próprio homem, do teto ao chão de fábrica; e essa cooperação tem que ser espontânea, que é um atributo característico e digno da personalidade e pessoa humana, e não um mero protocolo ou rigidez de uma máquina – pois a máquina existe substancialmente para produzir capital, existe somente para o dinheiro; ao contrário do ser humano, todos por sinal, que precisam viver socialmente e em harmonia com este mesmo dinheiro.
Desde pequenos, o que aprendemos? “Olha filho, você tem que estudar..estou pagando escola cara, e você me vem com esta nota..olha filha, já tá mais do que na hora de arranjar um estágio..Paulo, meu filho, você fez um cursinho caro, você tem que passar na Federal..você tem que ter um futuro brilhante, este mundo de hoje tá difícil, tá muito concorrido..você tem que estudar para ser o melhor e conseguir um bom trabalho”.. Quem de nós, já não ouviu esta frase, padronizada, ajustada, encurtada ou alongada – mas que manteve intocável, o mesmo conteúdo e mensagem? Duvido que não...posso até não as ter reproduzido fielmente, mas não “fielmente” também, é o que vou dizer aqui em relação ao sistema em que vivemos. Vou reproduzir fidedignamente.
Mas por ora, não conseguimos ficar perplexos com esta mesma repetição dia após dia, com nossos professores, cuja repetidora amplifica o sinal, cada vez mais forte nas ondas de rádio dos nossos mais variados pensamentos coletivos e da sociedade, e o repete no ensino médio que repete e amplifica em uma espécie de satélite e microondas da Faculdade. É a mesma expectativa, todo “não santo” dia; e o que acontece no mercado de trabalho? O atropelo de tudo e de todos em nome da produção, em sobrenome do processo produtivo e a qualquer preço do “custo deste processo”, prevalecendo o menor custo x benefício no produto e serviço em detrimento do maior custo e ônus para o ser humano, para os trabalhadores, e até mesmo para os executivos. Esses por sinal, em pesquisa recente, apontam que 80% deles próprios, de seus CEO’s, CFO’s, CIO’s, entre outras siglas, não estão satisfeitos e pior: não estão felizes com o que fazem. Engraçado, é que parece que o custo desta percepção e realidade é maior que o bônus que levam, anualmente, para o esforço repetitivo de sua produção agonizada, mas que batem às metas, transversalmente. Se para os executivos, temos esta relação custo x benefício, imaginem qual relação é pertinente ao time de colaboradores..deve ser custo x sacrifício, ou custo X custo.
Ao passo que vivemos uma espécie de dicotomia entre o trator da produção capitalista e o campo do ser humano, que é antes de tudo, um ser que precisa de relações informais, e sociais, cujas relações não são mais forjadas desde o início do século XX, pela ótica mecanicista de Taylor, movido só e somente pelo dinheiro e por este prêmio decorrente de seu desempenho em linha de montagem; na verdade sabemos que não existe tal dicotomia, e a produção acelerada - porém equilibrada - e necessária pode muito bem conviver com o ser humano – mas este ser humano, ou grande parte dele, que se comporta como controlador da máquina taylorista, precisa ser conscientizado, sob pena de o próprio tempo dar uma nova resposta a ele, para enquadrá-lo, em prol e bem da humanidade e de suas relações produtivas (baseadas antes, nas relações sociais), e principalmente por uma questão de harmonia à natureza e seus escassos recursos.
O mundo da cooperação é possível sim, para barrar e frear esta lógica medonha, e ainda atrasada nos dias de hoje. Hoje vigora, ainda em ritmo pequeno, o avanço de cooperativismo, da administração participativa e do senso humano, para imperar gradualmente na nova face presente da história humana. Vide as cooperativas que tornam em “grandes”, agricultores familiares, de (até) baixa escolaridade e pequenos economicamente com grande poder de barganha frente aos grandes oligopólios da indústria agropecuária e alimentícia. Ou as pequenas sociedades e empresas, que respondem por mais de 90% das empresas, e que mesmo sufocados em uma redoma tributária, conseguem responder aos seus anseios, como mercado e à sociedade.
Se a cooperação responde bem pela mais antiga, remota e renovada atividade econômica, que é o usufruto dos bens e a produção agrícola e da terra, e nas pequenas e micro-empresas, por que não dariam certo na lógica das grandes empresas, em seus processos produtivos com grandes resultados em seus balanços? Vale lembrar que o trabalho já é feito com base na cooperação de pessoas que setorialmente, paralelamente, em “staff” ou em linha de produção, já fazem acontecer. Só que neste caso, temos a cooperação informal e até necessária, para que cada um tenha como perdulário de seu trabalho, o seu salário e o seu prêmio. Para avançar, é preciso arregimentar e implantar a cooperação formal, horizontal, participativa, onde o meio de produção é um meio em sinergia e de usofruto de todos os que dele tiram o seu sustento; mas para isto, é preciso antes de tudo que o homem coopere formalmente com o próprio homem, do teto ao chão de fábrica; e essa cooperação tem que ser espontânea, que é um atributo característico e digno da personalidade e pessoa humana, e não um mero protocolo ou rigidez de uma máquina – pois a máquina existe substancialmente para produzir capital, existe somente para o dinheiro; ao contrário do ser humano, todos por sinal, que precisam viver socialmente e em harmonia com este mesmo dinheiro.
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