Há muito, mas recente tempo – acreditem - desde meu processo de politização, tenho convivido cada vez mais e intensamente com a política e seus assuntos correlatos..na minha opinião, quase tudo por sinal. De lá para cá vi aflorar o assunto, ainda mais enraizado e regado todo santo dia pelos meus amigos e camaradas, esse último, muito usado para se chamar um amigo aqui no Rio (É comum, você ouvir alguém atender ao telefone, ou alguém na rua em voz alta e em tom de cumprimento chamar..”Fala aê, meu camarada”), mas um deles em especial, eu acreditava piamente que era apolítico. Totalmente despolitizado. Eu, já com minha orientação definida à esquerda, e ele “voando” nos vários temas, de lá para cá, como se voam os pássaros, embora estes últimos voem sempre motivados por alguma coisa, normalmente por conta de alguma condição ou alimento.
Desta forma, acreditava que poderia orientá-lo..e até “doutriná-lo”..ao falar das ideologias, em discutir as políticas progressistas, as políticas do governo Lula, e vira-e-mexe discutíamos no campo das idéias às questões sociais, como quando víamos os pedintes da exclusão social, se virando aos restaurantes para pedir um prato de comida, ou quando cinematograficamente com os olhos, víamos os mesmos providos desta exclusão, dormindo como podiam na cama da degradação humana – a rua. De certo, o pior lugar para se dormir – primeiro, porque ficavam na altura dos pés das pessoas que passavam - muito abaixo dos olhos que ficam muito acima - e segundo e indiscutivelmente pela precária e nenhuma condição digna de conforto humano e social. Não só o conforto material, mas o imaterial, aquele que nos dá integridade e senso de humanidade e dignidade neste mundo. E nesta linha de roteiro e nestas cenas discutíamos, e eu defendia que a responsabilidade destas mazelas era do Estado e da sociedade; e ele, tirando da sociedade civil e do estado à sua real competência, dando a entender nos seus “vôos”, que aquilo era mais responsabilidade do indivíduo ou dos pais deste “indivíduo”.
Como naqueles filmes que parecem monótonos, me deparei cada dia e cada semana; cada mês e cada ano, com cenas mais reveladoras, e o filme estava taxado na minha cabeça e no meu pretenso senso de cinéfilo como uma comédia pastelão e em outros momentos, como filme sem início, meio e fim – ou sem pé e sem cabeça - e fui descobrindo naqueles 30 minutos finais do filme, que não era muito bem aquilo que eu havia construído no meu córtex frontal e na parte superior esquerda do meu cérebro.
Avançamos para temas mais complexos, e a crítica do pretenso “cinéfilo” que se tratava de um filme sem partes coesas, assim como os risos de uma comédia pastelão, foram se esvaindo do meu córtex, sendo que nos últimos minutos fui tomado por aqueles em que até a música e enredo parecem acelerar de um jeito que não tem sono e riso que dispersem o fato sério. Foi quando olhei para trás, olhei para frente, e junto com um amigo meu, ou melhor, camarada, gritei em voz alta: “Paulo, você é de Direita!”. Ele perplexo, dizia que não, mas eu o provei por A+B que era - ainda mais depois dele ter defendido com veemência o controle da natalidade por meio da esterilização das mulheres desprovidas social e economicamente.
Como numa argüição e sabatina, perguntei sobre o papel do estado na economia no entender dele e outras e outras questões que separam o muro entre os progressistas e os conservadores e liberais. E, como numa prova dos “9”, ficou claro que ele realmente era, é de Direita, e que eu, que dizia querer apenas orientá-lo, não conseguir nem um pouco disto, quanto mais “doutriná-lo”. A minha consolação é que o nome dele não é Paulo, que considero um nome forte, histórico, de forte espiritualidade para a filosofia e política, como foi São Paulo. Mas a história é verdade. Basta agora hoje, não mais “doutriná-lo” ou orientá-lo. É preciso reconduzi-lo. Acho que consigo, não obstante minha teimosia e persistência - sou um progressista.
Desta forma, acreditava que poderia orientá-lo..e até “doutriná-lo”..ao falar das ideologias, em discutir as políticas progressistas, as políticas do governo Lula, e vira-e-mexe discutíamos no campo das idéias às questões sociais, como quando víamos os pedintes da exclusão social, se virando aos restaurantes para pedir um prato de comida, ou quando cinematograficamente com os olhos, víamos os mesmos providos desta exclusão, dormindo como podiam na cama da degradação humana – a rua. De certo, o pior lugar para se dormir – primeiro, porque ficavam na altura dos pés das pessoas que passavam - muito abaixo dos olhos que ficam muito acima - e segundo e indiscutivelmente pela precária e nenhuma condição digna de conforto humano e social. Não só o conforto material, mas o imaterial, aquele que nos dá integridade e senso de humanidade e dignidade neste mundo. E nesta linha de roteiro e nestas cenas discutíamos, e eu defendia que a responsabilidade destas mazelas era do Estado e da sociedade; e ele, tirando da sociedade civil e do estado à sua real competência, dando a entender nos seus “vôos”, que aquilo era mais responsabilidade do indivíduo ou dos pais deste “indivíduo”.
Como naqueles filmes que parecem monótonos, me deparei cada dia e cada semana; cada mês e cada ano, com cenas mais reveladoras, e o filme estava taxado na minha cabeça e no meu pretenso senso de cinéfilo como uma comédia pastelão e em outros momentos, como filme sem início, meio e fim – ou sem pé e sem cabeça - e fui descobrindo naqueles 30 minutos finais do filme, que não era muito bem aquilo que eu havia construído no meu córtex frontal e na parte superior esquerda do meu cérebro.
Avançamos para temas mais complexos, e a crítica do pretenso “cinéfilo” que se tratava de um filme sem partes coesas, assim como os risos de uma comédia pastelão, foram se esvaindo do meu córtex, sendo que nos últimos minutos fui tomado por aqueles em que até a música e enredo parecem acelerar de um jeito que não tem sono e riso que dispersem o fato sério. Foi quando olhei para trás, olhei para frente, e junto com um amigo meu, ou melhor, camarada, gritei em voz alta: “Paulo, você é de Direita!”. Ele perplexo, dizia que não, mas eu o provei por A+B que era - ainda mais depois dele ter defendido com veemência o controle da natalidade por meio da esterilização das mulheres desprovidas social e economicamente.
Como numa argüição e sabatina, perguntei sobre o papel do estado na economia no entender dele e outras e outras questões que separam o muro entre os progressistas e os conservadores e liberais. E, como numa prova dos “9”, ficou claro que ele realmente era, é de Direita, e que eu, que dizia querer apenas orientá-lo, não conseguir nem um pouco disto, quanto mais “doutriná-lo”. A minha consolação é que o nome dele não é Paulo, que considero um nome forte, histórico, de forte espiritualidade para a filosofia e política, como foi São Paulo. Mas a história é verdade. Basta agora hoje, não mais “doutriná-lo” ou orientá-lo. É preciso reconduzi-lo. Acho que consigo, não obstante minha teimosia e persistência - sou um progressista.
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