EXERCÍCIO DA COMPREENSÃO*
Não sou compreendido, creio que sou nicho
De tudo o que não se há de falar,
Porque não há compreensão, se não se sai de sua dimensão,
Do rock para um sambão.
Mas por que não entendemos o outro?
Será que julgamos ser o dorso?
Enquanto este outro é o osso?
Ou o vilão, enquanto somos o moço?
Será que sou minoria ou maioria?
Será que sou calmaria ou agonia?
Será que sou ação ou em vão?
Será que sou entendido ou desentendido?
Será que sou mudo ou falastrão?
Será que sou o mal ou o bom moço que enfrenta o bandido?
Será que sou entendido como destemido?
Ou desentendido como medroso, covarde e mole?
Será que sou filhote da demagogia, sorte dos que dominam a oratória?
Ou sou pai da ética, conquista por mim merecida, por quem gosta do coletivo da prole?
Será que temos para quem falar?
Para quem agonizar?
Será que temos realmente dois ouvidos, ou dispersas bocas e uma audição?
O mundo está velho, o novo mundo um atraso,
O convívio, um descalabro,
Pois se somos mais ouvido do que o pensar,
Então somos meninos cooptados somente pelo falar,
Somos o legado do que não há,
Vamos compreender o que bate a sua porta,
E que tanto ignora com a boca torta,
Vamos compreender o ser humano,
E deixar este manto de muita palavra e pouco canto,
Vamos compreender o outro lado e deixar de ser sectário,
De ser ultrapartidário, para ser divã alguma vez,
Vamos parar de julgar e de subjugar com desdém,
E com esta insensatez.
Vamos ser humildes, ser mais compreensivos com tudo,
Ou pelo menos com o todo,
Para não sermos o luto do mundo,
E morrer como alguém, cercados de ninguém,
Com a mulher carpideira com seu alegre choro.
5/03/2010
*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ
Não sou compreendido, creio que sou nicho
De tudo o que não se há de falar,
Porque não há compreensão, se não se sai de sua dimensão,
Do rock para um sambão.
Mas por que não entendemos o outro?
Será que julgamos ser o dorso?
Enquanto este outro é o osso?
Ou o vilão, enquanto somos o moço?
Será que sou minoria ou maioria?
Será que sou calmaria ou agonia?
Será que sou ação ou em vão?
Será que sou entendido ou desentendido?
Será que sou mudo ou falastrão?
Será que sou o mal ou o bom moço que enfrenta o bandido?
Será que sou entendido como destemido?
Ou desentendido como medroso, covarde e mole?
Será que sou filhote da demagogia, sorte dos que dominam a oratória?
Ou sou pai da ética, conquista por mim merecida, por quem gosta do coletivo da prole?
Será que temos para quem falar?
Para quem agonizar?
Será que temos realmente dois ouvidos, ou dispersas bocas e uma audição?
O mundo está velho, o novo mundo um atraso,
O convívio, um descalabro,
Pois se somos mais ouvido do que o pensar,
Então somos meninos cooptados somente pelo falar,
Somos o legado do que não há,
Vamos compreender o que bate a sua porta,
E que tanto ignora com a boca torta,
Vamos compreender o ser humano,
E deixar este manto de muita palavra e pouco canto,
Vamos compreender o outro lado e deixar de ser sectário,
De ser ultrapartidário, para ser divã alguma vez,
Vamos parar de julgar e de subjugar com desdém,
E com esta insensatez.
Vamos ser humildes, ser mais compreensivos com tudo,
Ou pelo menos com o todo,
Para não sermos o luto do mundo,
E morrer como alguém, cercados de ninguém,
Com a mulher carpideira com seu alegre choro.
5/03/2010
*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ
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