Pular para o conteúdo principal

Poema: BAHIA, Ê SAUDADE!*

BAHIA, Ê SAUDADE!*
(Já publicado, aqui, neste Blog).

Dizem que a Bahia é só festa, é só carnaval,
Tenho por ti tanto orgulho, tanto amor colossal,
Terra abençoada, de Todos os Santos, da capoeira e do berimbau,
Terra dos Intelectuais e Gênios da Música,
Da Arte e de um contraste muito igual,
De Caetano, Gil, Carybé, Caymmi, João Gilberto e Raul Seixas,
De Tom Zé, Neguinho do Samba, Tatau, Brown,
Dos Novos Baianos e de Morais Moreira,
Terra dos escritores e poetas, desta boemia e espontâneo desembaraço,
De Ruy Barbosa, Castro Alves e do Infernal Gregório de Mattos,
De Capinam, Ubaldo Dantas e do nosso Embaixador Jorge Amado.

Terra da maior influência negra do Brasil,
Berço da cultura afro, do acarajé, do abará e do vatapá,
Das danças, do samba reggae, do axé e do Trio Dodó e Osmar,
Terra que tem o Olodum com seu batuque único e a beleza do Ilê Ayê,
Do afoxé e da cultura afro, na arte eterna de Pierre Verger,
Terra que tem Itacaré, Comandatuba, Prado e Morro de São Paulo,
Que tem Ilhéus, Sauípe, Itaparica, Chapada Diamantina e Porto Seguro,
Todas têm o meu carinho, mas a minha paixão é Salvador, meu porto lúdico!
Salvador do Farol da Barra, Farol de Itapuã e Rio Vermelho,
Dos fortes, deste povo baiano e do Mercado Modelo,
Da Cidade Baixa, da Igreja do Bonfim e do meu Pelourinho, meu espelho!
Patrimônio Histórico da Humanidade, orgulho absoluto desta cidade,
Terra de confetes, de festa, de muito trabalho e alegria,
Terra onde começou tudo, do sincretismo e da poesia.

Amo tudo isto, toda esta mistura e magia.
Eu amo a Bahia
E de fevereiro a fevereiro,
Temos muito trabalho, muita cultura e muita simpatia,
Temos o maior carnaval de Rua do Mundo, do Santo, do profano,
Do povo e da burguesia,
Das ruas de Salvador,
Do Campo Grande a Castro Alves,
Da Barra à Ondina,
Amo-te como tu és, com sua face desvelada,
Mesmo que ainda haja diferença e distinção social,
Em todo ano e em todo carnaval,
Sou teu amante, minha Bahia!

2/02/2010

Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poesia em Domínio Público - Soneto 013 - Camões

Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licença de meu mal, já não podeis fazer meus olhos ledos. E, pois me já não vedes como vistes, não me alegrem verduras deleitosas, nem águas que correndo alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, regando-vos com lágrimas saudosas, e nascerão saudades de meu bem. Sonetos, de Luís de Camões Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo

Ensaio: A tomada da Práxis pelas entranhas do Capital

A quebra da alienação à consciência – O desmonte da “ideologia” capitalista pela Indignação Antes de quebrantar a ideologia do modal capital, às pessoas da sociedade, podemos primeiramente observar o quanto todas nesse contexto, apresentam as mesmas características sociais: indivíduos preocupados com o consumo e em se auto-afirmarem no mercado de consumo através de sua ascendência na cadeia profissional – no mercado de trabalho. Outro ponto, é que por estarem tão compenetradas neste ramo da preocupação humana são, na maioria, dispersas e despreocupadas à situação política. Na verdade, elas não acreditam que sem bem-estar social possa advir do oferecimento do Estado e, sim, por seus próprios meios e senso de ambição pessoal. Em parte, e nessa conjuntura, elas têm razão. Por outro lado, esses comportamentos são combustíveis fósseis para o forno capitalista. Comportam-se, sistemática e inconscientemente, em dar subsídios incomensuráveis à malha de ferro do modal capital ao passo que pol

Pausa para Reflexão: Poema - Ode a Verdade Social à Inverdade Capital

Meus caros, Tentar desvelar por completo um poema é algo enriquecedor e fascinante...Ir nas entranhas do pensamento do autor, de sua crítica e de sua efervescência poética.Não cabe ao autor passar este "Raio X" em sua obra, em sua música, em seu poema. Isto é praticamente acabar com a graça e o exercício de apuração e senso crítico do leitor.. Mas posso adiantar alguma coisa: no Poema Ode a Verdade Social à Inverdade Capital, ressalto que há uma luta diária e constante nos bastidores e no palco da vida real, sobre o antagonismo entre o Social e o Capital - entre a Esquerda e a Direita. Isto é claro, quando vemos nos jornais a luta entre governo e oposição para aprovar determinada lei.., quando vemos a composição política de chapas em ano eleitoral no seu município e no seu estado. Mas tudo isto é muito óbvio e muito previsível. A luta que me refiro e não poderia me furtar em falar, é a luta diária, a luta histórica, a luta que vemos todo santo dia e sequer nos atentamos, ou n