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Artigo: Visão dos primeiros 30 dias de Governo Dilma

Olhando estes primeiros 37 dias de Dilma, constatamos que ela, de fato – e como já era de imaginar, conhecendo sua personalidade combativa à época da Ditadura Militar – desvelou à imprensa e mídia tradicional, à sua própria contradição, divulgada e plantada na campanha presidencial, quando vários destes veículos, escolheram publicamente, José Serra, como candidato ao Planalto.

Vemos que Dilma não é marionete, e sim, determinada e focada nas suas decisões e intervenções. Foi assim, ao demitir Pedro Abramovay, por esse ter anunciado – sem seu alinhamento e consentimento – a proposta de penas alternativas a pequenos traficantes. Não vacilou na crise que se abateu na região Serrana, disponibilizando, inclusive recursos federais físicos e humanos, como a força nacional e contingente e equipamentos das forças armadas, além de ministros de Estado para se alocarem presencialmente à região devastada. E ainda enquadrou setores nevrálgicos do PMDB, como o veto de Furnas ao deputado Eduardo Cunha.

Mostra-se como uma alta executiva – e de fato, é – organizando seus 37 ministérios em quatro grupos temáticos e dando poderes de superministros, para quatro deles, sob a coordenação do Ministro Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. Mostra, com isso, visão estratégica e de gestão, passando a anos-luz da pecha de simples gerente, como tentaram – também – colar à sua imagem no pleito presidencial.

É de se notar - no jargão popular -, que ao passo que a presidente Dilma, é só elogios neste momento, que de qualquer forma, a imprensa “pagou à língua” por usar de iniciativas midiáticas para mascarar a real persona da, agora, primeira mulher presidente da República. Ou quem sabe, se este galanteio é apenas mais uma cortina sob o curto véu, para costurar mais uma máscara visando à próxima corrida de 2014. A de confrontar e construir uma imagem, visando uma suporta identidade com os leitores, de que os atos, a liturgia política e o comportamento de Dilma são superiores aos do presidente Lula. A despeito de qualquer crítica - mas mesmo assim, se a fizermos – se tratam de estilos diferentes, e inerentes as quaisquer pessoas da sociedade. Uma vez, “que ninguém é igual a ninguém”, como cita o sábio dito popular. Particularmente, não dispenso tempo a comparações desse calibre. Devemos estar preocupados, realmente, que o Governo Dilma se faça melhor do que o Governo Lula. Pois, como já disse semana passada, o Ministro Patriota: “continuar, não é copiar”. Ele tá certo. Continuar é partir do mesmo ponto e em sinergia com esse, fazer melhor. Plena convicção, de que Lula, quando a escolheu, almejou isso. E almeja que ela, com seu próprio estilo e - com ou sem galanteios ou críticas midiáticas com paralelos desnecessários, e secundários -, faça o Brasil avançar ainda mais, com sustentável e isónomo desenvolvimento econômico e social.

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