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Poema: À ESPERA

À ESPERA*

Na espera de uma vida,
Esperam-se morte, vivida
Morre-se, com a espera da vida,
Vive-se, com a espera, morrida,

Aquece, com o frio da vida,
Esfria-se, com o quente da morte,

É muita espera pra viver,
Para exaurir-se o morrer.

É pouca espera para morrer,
Para o elixir do viver.
É sangria desatada para viver o morrer,
E para morrer vivendo o ser.

Oxalá fosse que a vida fosse à espera eterna da morte,
E não a espera intrépida da vida,
Onde se esvai ao ano,
Ou vive-se aos cem anos.
Que bom viver, criar, amar,
Sentir e ajudar,
Viver em harmonia com tantos,
Sem ter que morrer em vida,
Sem esses tantos.

11/03/2011

*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ola Diego

    espero o trem
    o trem que leva a lugar algum
    ele chega
    não estou preparado
    e quem esta?
    a morte vem não levar a vida
    mas acabar com um ciclo
    o eterno retorno da matéria
    dos nós da vida

    Até Alan

    ResponderExcluir
  3. Valeu Alan! Belos versos..é o medo eterno de quase todo ser humano..a morte..ou seria de viver a vida? Todos têm a preocupação de viver a matéria..não necessariamente à vida.

    Abraços,

    Diego

    ResponderExcluir

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