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Poema: POEMA POLÍTICO (O SOPRO À CONSCIÊNCIA) - 5º ATO

POEMA POLÍTICO (O SOPRO À CONSCIÊNCIA) - 5º ATO*

Estou em vias de fadiga,
E não às vias de fato!
Estou fadigado,
Será que a Política realmente resolve tudo e todos os problemas?
Ou a culpa é dos políticos que resolvem seus interesses, nosso fardo?

Nas pirâmides e castelos que olham aos estéreos,
Da política e da consciência deste mundo e inferno,
Nada se pode levantar, a não ser prata deste mar,
Ou ouro de um novo Carajás, da Serra Pelada ou de outro Eldorado de Marajás!

Cadê todo mundo,
Será que estão a sós pelo submundo?
Será que estamos nos nós deste norte maribondo?
Cadê o moribundo?
Estarás com o pires na mão nas próximas eleições, de pronto?
Estarás a nos escarnecer e rir da nossa cara,
E da nossa alma que não mais quer o confronto?

Até onde vai este cerne do meio?
Até aonde vai o moderado que tudo fala, o que o ouvido atrai o cheiro?
Até onde vai o determinado centro?
Que está tão em voga e nos destrói, por dentro?

Por que ninguém fala mais a verdade no palanque?
Por que a língua se esconde, para que lhes zombe?
Por que somos parte da cadeia da cadeira da desconfiança que a corrupção é o cone?
Por que temos mais de quinhentos deputados, se não somos representados,
Pelo os quem nos tome, pela dignidade, coragem e senso de ética,
Para resolver senão todos, pelo menos os que nos distinguem de uma selva,
De pedra?

Por que nascemos na loteria biológica do dinheiro,
Se, temos três poderes, e dizem que há um quarto,
Mas todos estão no meio e centro do desterro?

Estamos a anos-luz de viver a vida plena,
Se nos escondemos de modorrenta penca!
Onde na República das Bananas,
Quem segura tal fruto somos nós,
Jabuticabas saudosas na frondosa árvore sórdida!

Que as luzes da América se iluminem às do Velho Mundo,
E nos traga sossego, noturno e diurno,
Que aprendamos com os erros, da república de Deodoro,
Com a Velha e seu simplório,
Com o Estado Novo de Vargas, sua ditadura
E seus imbróglios.
Que superemos para sempre a Ditadura de 64 a 85,
Que a enterremos nos cemitérios com lápide e cujo escrito,
Seja em prol de toda a história verdadeira, dos desaparecidos e todos os envolvidos,
Para que possamos cursar uma democracia, onde o poder realmente esteja com o povo,
E não com os ricos!

Que haja intempéries políticas,
Nas mídias sociais,
Nas ruas e no seio da família!
Que o rancor seja ajuizado pelo amor, que tudo glorifica,
Que tudo minimiza, para maximizar nossa luta
Por um sistema e economia que venha, e nos seja digna!

Eu sei que se trata de uma utopia,
Mas, ninguém falou que é ou seria fácil,
Que nem se acomodar, o que fazemos,
Em eterna vigília!

Para que procrastinar esta acomodação alheia,
Se a própria história do mundo nos ensina,
Que tudo precisa ser brigado e vencido com luta,..
Diga-se de passagem, à história brasileira!

Por que temos que ser lenientes e não expoentes?
Para que procurar seus anseios a um partido político,
Por mais que o seja distinto e estridente?

Vamos sociedade! Precisamos pegar pelas mãos
O que queremos com vontade!
Verdadeira saúde e paz,
Educação e consciência,
Crítica e não violência!
Ação que não suporta onisciência!

Para que deixar que sejamos caçoados!
Humilhados!
Enquadrados!
Hostilizados!
Se a Constituição nos guarda,
Se a política é para servir,
E não nos transformar em servis às trapaças!

Será que as quinquilharias
De nosso valor moral está em xeque
Ou em caça?!
Será que podemos, ainda, bater no peito
E dizer que o Brasil tem jeito,
Se, destoamos e somos corrompidos,
No dia-a-dia, nos recibos morais,
Que a vida e o interesse, nos valham?

Quando em meio ao tão difundido meio termo,
Estamos equilibrados em terra de fevereiros,
Quando estamos radicalizando negativamente nossa “civilidade”,
Nossa crítica e alarde, e nossa vida com lapsos - digamos assim -, de um milionésimo de dignidade!

13/04/2011


*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

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