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POEMA POLÍTICO (O SOPRO À CONSCIÊNCIA) - 8º ATO

POEMA POLÍTICO (O SOPRO À CONSCIÊNCIA) - 8º ATO*

Estou encorajado,
Volto a esbravejar,
Sobre o que está errado!
Sobre o que está ao lado,

Estou às vias de fato,
Nada calado,
Pois meu sangue é fruto do Brasil,
De tanto, e pranto e de histórica coragem!

Vamos bradar e ironizar
Ainda tens conserto,
Político,
Ainda tens brios,
Povo!
Ainda tens vergonha
Sobre as peçonhas,
Se sua língua fadada, sempre com fome,
E seu país, esta parca vergonha!

Sabemos!
Aprendemos!
Lutemos!
E...
Para vivermos.

Vamos tomar-lhe às vísceras deste sistema político,
Vamos ser viscerais, para cobrar este litígio!
Não podemos ser mais brandos, lenientes
Em nosso próprio estampido!

Vamos aparecer na mídia,
Vamos aparecer na praça em vigília!
Vamos se conscientizar, de uma vez por todas,
Que a política é a veia, e a via para esta e para suposta e possível vida!

Vamos ser brasileiros
E tomar o que nos é de direito!

Vamos tomar o que é nosso?
No congresso,
Na assembleia,
Na câmara,
No executivo,
No orçamento,
E enquadrar-lhes,
Sobre o que é público
E, portanto, vosso.

Vamos ser inflamados, sim!
Vamos ser estupefatos
Com que nos desrespeita, enfim!

Teremos que estudar e participar da política,
Pois do estudo vem à crítica, junto, é claro, da sensibilidade acrítica!

E a participação, vem da mídia, dos jornais, dos jornais populares,
Democráticos, com isonomia, socializados...
Que denunciam os bens usurpados, que de outrora,
Eram das vítimas! (do Povo).

Vamos partir o partido, para cima!
Vamos participar das decisões
Que mexem com nossas vidas!

Para que sejamos no mínimo
Dignos da cobrança,
Que esta, certamente,
Será, e fará nossa vida, digna.

Precisamos açoitar com coragem
Nossa mansidão,
E sermos brandos, ternos, firmes,
Com nossos valores e com nossa vontade!

Vamos isolar nossos decrépitos,
Para que saibamos, cercar os incrédulos,
Audaciosos e ímprobos que agem de certo!

Dignidade
Coragem
Integridade
Firmeza
Ternura,
Hombridade
Lisura,
Cadência,
Sensibilidade
E Coesão com o Público
Com a coletividade
Com a justiça
Que a nada, trema.

Leniência,
Acomodação,
Improbidade
Mansidão,
Brando,
Desumano,
Individualidade
E falta de crítica e consciência
Que dão uma Justiça tenra,
Mole e que treme a qualquer vão.

Sopro,
Do que sopro,
O que é sopro,
Consciência,
O que conscientizo e tenho ciência,
O que podemos buscar com os outros,
Amigos, pares, coletivo e praça extensa!

Precisamos do sopro,
Pelo menos dele,
Pelo menos da consciência,
Do seu sopro,
Mas, precisa-se da indignação,
De pouca mansidão,
De muita ação,
De muito debate,
Que não nos exige procuração.
Que não sentemos no sofá,
Da nossa casa
E ao repetir de todo dia
Para ter somente o pão. (ou restos de seu sobejo).

Sobejo do beijo
De Judas,
Como o que confiamos,
Na urna,
Esvai-se,
Cai-se
E um grito ecoa
Um “porra”,
Por que votamos no safado,
No salafrário,
Que se locupleta e nos ferra,
Em colcha.

As clavas fortes do Brasil República,
Mostram-se acoitas
Pelos que se locupletam,
Os mesmos que xingamos de porra,
E eles nos tratam como merda,
De Bucéfalos,
Fétida.

Não adianta xingar,
Como o expediente,
Que pautamo-nos por estes atos,
E que não mais estão a falar,

Estamos desunidos,
Com o mesmo sentimento de zunido,
Que uma zomba nos coloca, no ouvido
E no nosso olhar.

Precisamos assumir bandeiras,
De qualquer partido, de qualquer idéia,
Ou ideologia, que para nós, seja de primeira,
Luto pelas Esquerdas, mas, me primo em falar,
É que neste momento, o importante é se politizar,
O embate de idéias faz parte,
Alimenta e sustenta o ego,
Mas dá emoção e motivação para o confronto,
A luta, a contenda, de quem ganhará! (busca-se e se buscará sempre).

Ao povo e a sociedade:
Política não é só partido,
Não é só eleição.
Não é só propaganda,
Nem santinho,
Que não existe santo,
Que coloquemos no altar,
Por qualquer que seja a razão.

Temos pessoas sérias, sim,
E é por elas que devemos lutar,
Brigar para que a representação,
Seja e esteja como seu principal quórum,
A ética, o amor, a honestidade, justiça, e nada mais.

Aos corruptos:
Vocês serão cada vez mais minoria,
De seu inferninho e submundo,
De sua luxúria incompleta,
Do que valem como imundos!

Por isso, minha gente,
Pelos justos, para garantir os que se dizem santos,
Como, de fato, santos,
E para isolar os corruptos,
É preciso engajamento,
Sério, ininterrupto.
É preciso nos garantir como maior interessados,
Sem ganhar nada que não seja o nosso bem,
Inupto.

O maior bem,
Que podemos fazer em cidadania,
É garantir que tudo esteja no trilho,
É monitorar o inimigo,
E abrir-se ao amigo.

Nós somos os maiores interessados,
Somos a sociedade que sustenta todo este espantalho.

Cidadãos:
Não se comporte com nojo à política,
Pois, és governado pelos que enojam ti,
Nas cidadelas das mazelas, no dia-a-dia da vida, nas grotas.

Vamos ser políticos,
Da política
Da nossa vida,
De nossa cisma,
De nossa química.
Do nosso Brasil,
De nosso varonil,
De nossos bairros,
De nossos becos,
De nossos centros,
De nossas cidades,
Do interior das polis,
E ruralizado,
De nós mesmos.

- E ao pensar
Que tudo pode melhorar,
Como aí estás,
Sem fazer nada,
Sem levantar a enxada,
Sem criticar,
Para deixar de ser amolado,
E viver em ululante expiação
Por este sistema capataz... -


Quimera,
Quero,
Queremos
O que nos é de direito.
O que está na carta,
Moradia, escola, saúde,
Segurança em todos os centros,
E no interior deste Brasil
Que só cresce,
E concentra renda
Em poucos
E reduz
Nossa oportunidade
De viver
Direito.
De viver
Vivendo
De viver
Florescendo,
De viver
Por dentro,
De viver
“Sarmento”.
De viver querendo
Sonhando
Com um país melhor,
E não de alguns poucos faraós,
Onde o dinheiro seja fruto
De oportunidades iguais,
Mesmo aos - hoje - tão desiguais,
Pelo sistema
Não pela constituição.
Não numa democracia
De verdade
Que não é está que aí estás.

Sobejo do sopro,
Demente,
Que mente
Que prende
Que sente
A esperança,
Carente.

Mas só a força,
Do povo
Pelo conhecimento
E pela consciência
Crítica
Que nos dá solvência,
De uma melhor e digna vida,

Límpida política,
Transparece líquida,
Sem sujeira,
Sem ranço
De podridão,
De horrenda
Corrupção,
Desonestidade,
Roubo
De um filha...
De um covarde e canalha,
Escroque da estirpe mais rasa e suja.

Vamos ser águias,
Vamos sacudir e nos descolar dos vícios,
Do viciado, que não faz nada.

O perigo do nada,
É que ele periga
Para tudo.
E não deixa-nos saída,
Só os que se queixam de serem sortudos,
Desta “Roda Viva”.

O “azar” é de quem nasce pobre,
E sem educação,
À esmola, o recorre.
A mendicância, o socorre.
E se socorre.

E sua estima, assim, explode.
Sua pobreza, lhe comove,
Quando deveria responder,
Com todos,
Conosco,
Sua reação forte, de desgosto,
Isso sim, o que não mais, nos comove.

Há foco de decência,
Há foco de clemência,
Para toda esta desgraça social,
Sair de cena, dos olhos,
Dos filmes,
Dos livros
De sua tinta,
Desde Poema
E da pena.

No serenar da vida política,
Vivemos mendigando
A quem nos alicia.
A quem nos formiga e
E nos mumifica,

Paralisia,
Carnificina
Não socializa,
Incrimina,
Despolitiza
Abomina

Infecta
De
Tanta
Ameba

É prato cheio para quem não tem nojo,
Esboço,
Político
Para lubridiar
Fingir
E nos furtar.

Só com consciência
E debatendo política,
É que estaremos nos vacinando
Àqueles políticos facínoras!

Enquanto ganhemos coragem
Para ficarmos encorajados
E saltarmos do palanque da praça,
Que é do povo
Como o céu
É do condor,
Que Nós,
Sejamos
Sempre
O controlador de voo,
Dos políticos,
Dos esboços pífios,
E dignos do nosso execrar
Dignos, somente e mediocremente,
De pena
E de desgosto.

13/04/2011

*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

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