Pular para o conteúdo principal

Poema: É PRECISO ENQUADRAR

É PRECISO ENQUADRAR*

É preciso enquadrar,
Mesmo que seja nosso amigo, se precisar,
Se necessário for, mesmo que custe à carne,
Que ali está.

É preciso enquadrar o governo,
Parte dele, que não aja direito.
Parte dele, que não nos dá o que está no Direito.
Parte dele, que nos escarnece risonho, com tanto dinheiro.

É preciso enquadrar o mercado,
Seus agentes, que querem agir no piscar de olhos,
À luz do dia, às escuras de quem fecha os olhos no Estado.

É preciso enquadrar toda ignorância,
Mesmo aquela, que se diz santa,
Aquela que se diz mantra,
Aquela, que não nos ensina, porque não nos encanta.

É preciso enquadrar os alienados,
Dando-lhes a oportunidades de aprender
E ser crítico e ator de si mesmo e socializados.

É preciso enquadrar a falta de vergonha,
De amor, de valores, e de coletividade
Que o consumo exagerado nos consome.

É preciso enquadrar as mentiras e inverdades ditas como verdade,
Enquadrar os canalhas, os covardes,
E os que não assumem sua função pública com probidade.

É preciso enquadrar os reacionários,
E o conservadorismo,
Porque para evoluir,
É preciso romper,
Com o muro
Com as paredes,
Com a cerca,
E com o grilo
Até mesmo nas secas.

É preciso enquadrar todo desvio da sociedade,
Pois enquadrar não é romper com a liberdade,
Não é censurar e nem prender a autonomia e espontaneidade
É só fazer-se cumprir o que está na lei,
E dar tudo e o todo para todos,
Sem distinção de carteira, de nome,
De cor, de gênero, credo, de opção sexual,
E sim dar o remédio,
E fazer a distinção pela lei e Constituição
No que diz respeito aos atos de cada um pelo seu caráter.

20/06/2011


*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poesia em Domínio Público - Soneto 013 - Camões

Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licença de meu mal, já não podeis fazer meus olhos ledos. E, pois me já não vedes como vistes, não me alegrem verduras deleitosas, nem águas que correndo alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, regando-vos com lágrimas saudosas, e nascerão saudades de meu bem. Sonetos, de Luís de Camões Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo

Ensaio: A tomada da Práxis pelas entranhas do Capital

A quebra da alienação à consciência – O desmonte da “ideologia” capitalista pela Indignação Antes de quebrantar a ideologia do modal capital, às pessoas da sociedade, podemos primeiramente observar o quanto todas nesse contexto, apresentam as mesmas características sociais: indivíduos preocupados com o consumo e em se auto-afirmarem no mercado de consumo através de sua ascendência na cadeia profissional – no mercado de trabalho. Outro ponto, é que por estarem tão compenetradas neste ramo da preocupação humana são, na maioria, dispersas e despreocupadas à situação política. Na verdade, elas não acreditam que sem bem-estar social possa advir do oferecimento do Estado e, sim, por seus próprios meios e senso de ambição pessoal. Em parte, e nessa conjuntura, elas têm razão. Por outro lado, esses comportamentos são combustíveis fósseis para o forno capitalista. Comportam-se, sistemática e inconscientemente, em dar subsídios incomensuráveis à malha de ferro do modal capital ao passo que pol

Pausa para Reflexão: Poema - Ode a Verdade Social à Inverdade Capital

Meus caros, Tentar desvelar por completo um poema é algo enriquecedor e fascinante...Ir nas entranhas do pensamento do autor, de sua crítica e de sua efervescência poética.Não cabe ao autor passar este "Raio X" em sua obra, em sua música, em seu poema. Isto é praticamente acabar com a graça e o exercício de apuração e senso crítico do leitor.. Mas posso adiantar alguma coisa: no Poema Ode a Verdade Social à Inverdade Capital, ressalto que há uma luta diária e constante nos bastidores e no palco da vida real, sobre o antagonismo entre o Social e o Capital - entre a Esquerda e a Direita. Isto é claro, quando vemos nos jornais a luta entre governo e oposição para aprovar determinada lei.., quando vemos a composição política de chapas em ano eleitoral no seu município e no seu estado. Mas tudo isto é muito óbvio e muito previsível. A luta que me refiro e não poderia me furtar em falar, é a luta diária, a luta histórica, a luta que vemos todo santo dia e sequer nos atentamos, ou n