Hoje, exatos oito meses e meio, o governo Dilma coleciona gargalos de inúmeras ordens: econômica, fiscal, administrativa e principalmente a que mais a preocupa: a política. Mas, tudo indica que cada vez mais, dois desígnios da luta política e da vida estarão de mãos dadas em seu mandato: a “guerra” ou a “morte”, a se firmar a possibilidade de em meados do governo, o mesmo se arrastar politicamente – e quem sabe até popularmente – até o pleito de 2014.
O que antes era a demissão por mero protocolo, de quem falou por demais como Pedro Abramovay – por ter defendido o relaxamento de pena para pequenos traficantes -, ou imbróglio no MinC com a não nomeação à presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa – em vias de ocorrer - do cientista político e sociólogo Emir Sader, e a entrada da Ana de Hollanda à frente da pasta; ou agora com a saída recente do Nelson Jobim, por ter falado demais e "morrido pela própria boca"; agora e desde a saída do seu ministro-chefe da Casa Civil Antônio Palocci em junho – que desempenhava a coordenação do modus operandi político do Planalto, o governo tem convivido com diversas e contínuas divulgações, de que tem atravessado à boleia da sua base aliada, em estradas tortuosas no campo ético-moral do bem trato da coisa pública.
Os casos mais que recorrentes nesta boleia que tinha em trânsito, Valdemar Costa Neto do PR, envolvido no escândalo do Mensalão em 2005, surpreendido pela imprensa - ou melhor, pelo fogo amigo interno – que veio à tona para a sociedade como despachante de escusas operações no DNIT e no núcleo do Transportes, e que teve a audácia de nos levar a questionar até onde vai o limite da transgressão moral política, indo até uma rádio do interior de São Paulo para falar que com ele “não aconteceria nada”, e que jogatinas do tipo e correlatos na mistura com dolo entre o público e o privado, são comuns no meio político. E pensar que nem as bravatas do politicamente correto têm-se mais, dando lugar à desfaçatez entre os políticos pegos com a mão na cumbuca do erário, que a cada dia só aumenta, de forma ainda mais descarada. Talvez, seja melhor este jogo “mais aberto”. Pelo menos (a sociedade), vemos a “vida como ela é”. E o governo fez à devassa e faxina limparem mais de 20 do Ministério dos Transportes.
Depois de denúncias envolvendo o “aliado preferencial” PMDB, no Ministério da Agricultura, onde Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado Romero Jucá, referiu-se dizendo que ali, “só havia ladrões”, a coisa esfriou e faxina desgastou a piaçaba e o suporte da vassoura, que parece ser bem seletiva em que “sujeiras” limparem. Mas, isso é pelo bem da governabilidade. Pelo bem do PMDB. E consequentemente, péssimo para a administração pública brasileira. O delator inconformado com não atendimento de suas benesses oficiais foi demitido da CONAB, botou a boca no trombone, mas ao invés da vassoura, o extintor foi de mais valia para apaziguar os ânimos do governo.
Agora, o noticiário colocou nas manchetes, o pandemônio administrativo de desvios de verbas públicas de emendas ao orçamento da pasta do Turismo, onde além da evasão dos recursos para ONGs fajutas, ainda se tinha o processo de “gestão do conhecimento”. Ensinava-se a forjar notas frias, fachadas de empresas para tal, suportadas por uma rede articulada de comunicação de licitações, aglutinações de ONGs e empresas para receber tais recursos e viciar o processo sem concorrentes, e, sem levar em conta – de tão descarado que era o processo – a atentar que havia várias empresas diferentes com mesmo endereço de sede de escritório, notas preenchidas pela mesma pessoa, etc., como foi apurado pela Polícia Federal, e vazada à imprensa. Era uma verdadeira consultoria do crime, e de como ludibriar “legalmente” o processo de compras públicas licitatórias.
Como já foi constatado por Lula na primeira grande e grave crise envolvendo a emenda do PMDB ao Código Florestal - que previu uma crise institucional sem precedentes -, em que o então ministro-chefe da casa civil Antônio Palocci ligou, com ameaças explícitas de demitir todos os ministros do PMDB, para o Michel Temer; a conjuntura estava mais ou menos traçada. O que vemos é um governo cercado por balburdias internas, que não impõe politicamente a sua agenda, e que está refém- até o momento de uma variável política incontrolável – o fogo amigo – movido pelo desejo de retaliação e desconforto entre membros do próprio Planalto, do Congresso, e dos próprios partidos da base aliada. É preciso que se apurem, fidedignamente, todas as denúncias, mas que elas sejam direcionadas para qualquer e todo aliado, ou dentro do próprio núcleo duro, se assim, ocorrer. É a única forma, de pelo menos igualar a todos com o mesmo tratamento e neutralizar o fogo amigo político.
Em proceder com mão pesada em um, e mão leve para afagar em outro, as coisas e rumos só tendem a piorar. E, para avalizar a avaliação de Lula lá no começo da crise política, corre em Brasília e dizem também pela boca de Dirceu, que o governo tende a se arrastar, e que em continuando com este confronto seletivo com a classe política e congresso, “correrá o risco de não concluir o mandado”. O caminho que Dilma está seguindo é correto e assertivo. Mas ele deve estar sustentado por uma inupta vontade de fazer com todos. Ela pode até criar desconforto, mas conquistará apoio popular e da opinião pública, e conseguirá mitigar ou enquadrar o todo, para que não ocorram desvios. No momento em que isso não é isonômico, e sim, seletivo, ela não manterá o apoio da sociedade por muito tempo, e ainda criará problemas estruturais na sua própria base. Entre estes dois caminhos, o governo Dilma está fadado, ao que aparenta, a “Marte”, Deus da Guerra na mitologia romana, ou à Morte, se concretizar as profecias de que poderá chegar à reta final do mandato, em exaustão, e sem nenhuma força política e popular.
O que antes era a demissão por mero protocolo, de quem falou por demais como Pedro Abramovay – por ter defendido o relaxamento de pena para pequenos traficantes -, ou imbróglio no MinC com a não nomeação à presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa – em vias de ocorrer - do cientista político e sociólogo Emir Sader, e a entrada da Ana de Hollanda à frente da pasta; ou agora com a saída recente do Nelson Jobim, por ter falado demais e "morrido pela própria boca"; agora e desde a saída do seu ministro-chefe da Casa Civil Antônio Palocci em junho – que desempenhava a coordenação do modus operandi político do Planalto, o governo tem convivido com diversas e contínuas divulgações, de que tem atravessado à boleia da sua base aliada, em estradas tortuosas no campo ético-moral do bem trato da coisa pública.
Os casos mais que recorrentes nesta boleia que tinha em trânsito, Valdemar Costa Neto do PR, envolvido no escândalo do Mensalão em 2005, surpreendido pela imprensa - ou melhor, pelo fogo amigo interno – que veio à tona para a sociedade como despachante de escusas operações no DNIT e no núcleo do Transportes, e que teve a audácia de nos levar a questionar até onde vai o limite da transgressão moral política, indo até uma rádio do interior de São Paulo para falar que com ele “não aconteceria nada”, e que jogatinas do tipo e correlatos na mistura com dolo entre o público e o privado, são comuns no meio político. E pensar que nem as bravatas do politicamente correto têm-se mais, dando lugar à desfaçatez entre os políticos pegos com a mão na cumbuca do erário, que a cada dia só aumenta, de forma ainda mais descarada. Talvez, seja melhor este jogo “mais aberto”. Pelo menos (a sociedade), vemos a “vida como ela é”. E o governo fez à devassa e faxina limparem mais de 20 do Ministério dos Transportes.
Depois de denúncias envolvendo o “aliado preferencial” PMDB, no Ministério da Agricultura, onde Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado Romero Jucá, referiu-se dizendo que ali, “só havia ladrões”, a coisa esfriou e faxina desgastou a piaçaba e o suporte da vassoura, que parece ser bem seletiva em que “sujeiras” limparem. Mas, isso é pelo bem da governabilidade. Pelo bem do PMDB. E consequentemente, péssimo para a administração pública brasileira. O delator inconformado com não atendimento de suas benesses oficiais foi demitido da CONAB, botou a boca no trombone, mas ao invés da vassoura, o extintor foi de mais valia para apaziguar os ânimos do governo.
Agora, o noticiário colocou nas manchetes, o pandemônio administrativo de desvios de verbas públicas de emendas ao orçamento da pasta do Turismo, onde além da evasão dos recursos para ONGs fajutas, ainda se tinha o processo de “gestão do conhecimento”. Ensinava-se a forjar notas frias, fachadas de empresas para tal, suportadas por uma rede articulada de comunicação de licitações, aglutinações de ONGs e empresas para receber tais recursos e viciar o processo sem concorrentes, e, sem levar em conta – de tão descarado que era o processo – a atentar que havia várias empresas diferentes com mesmo endereço de sede de escritório, notas preenchidas pela mesma pessoa, etc., como foi apurado pela Polícia Federal, e vazada à imprensa. Era uma verdadeira consultoria do crime, e de como ludibriar “legalmente” o processo de compras públicas licitatórias.
Como já foi constatado por Lula na primeira grande e grave crise envolvendo a emenda do PMDB ao Código Florestal - que previu uma crise institucional sem precedentes -, em que o então ministro-chefe da casa civil Antônio Palocci ligou, com ameaças explícitas de demitir todos os ministros do PMDB, para o Michel Temer; a conjuntura estava mais ou menos traçada. O que vemos é um governo cercado por balburdias internas, que não impõe politicamente a sua agenda, e que está refém- até o momento de uma variável política incontrolável – o fogo amigo – movido pelo desejo de retaliação e desconforto entre membros do próprio Planalto, do Congresso, e dos próprios partidos da base aliada. É preciso que se apurem, fidedignamente, todas as denúncias, mas que elas sejam direcionadas para qualquer e todo aliado, ou dentro do próprio núcleo duro, se assim, ocorrer. É a única forma, de pelo menos igualar a todos com o mesmo tratamento e neutralizar o fogo amigo político.
Em proceder com mão pesada em um, e mão leve para afagar em outro, as coisas e rumos só tendem a piorar. E, para avalizar a avaliação de Lula lá no começo da crise política, corre em Brasília e dizem também pela boca de Dirceu, que o governo tende a se arrastar, e que em continuando com este confronto seletivo com a classe política e congresso, “correrá o risco de não concluir o mandado”. O caminho que Dilma está seguindo é correto e assertivo. Mas ele deve estar sustentado por uma inupta vontade de fazer com todos. Ela pode até criar desconforto, mas conquistará apoio popular e da opinião pública, e conseguirá mitigar ou enquadrar o todo, para que não ocorram desvios. No momento em que isso não é isonômico, e sim, seletivo, ela não manterá o apoio da sociedade por muito tempo, e ainda criará problemas estruturais na sua própria base. Entre estes dois caminhos, o governo Dilma está fadado, ao que aparenta, a “Marte”, Deus da Guerra na mitologia romana, ou à Morte, se concretizar as profecias de que poderá chegar à reta final do mandato, em exaustão, e sem nenhuma força política e popular.
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