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Poema: NAS PALAFITAS, INEXISTE

NAS PALAFITAS, INEXISTE*

Nas palafitas dos Alagados
Lembram-me pior do que a casa de barro,
Pior do que a pior casa do aprisionado.

Com baixa dignidade, inexiste qualquer IDH,
Insiste qualquer ser humano vulgar
Nas balbucias de um poder público
E de seus administradores,
Que não andam e não vão lá.
São os verdadeiros ignorantes.
No sentido de não saberem, e não se fazer educar.

No sentido de não conhecerem à realidade,
Ou, o que é pior: de desconhecerem-na.
Para satisfazerem suas benesses e articulações
De terceira, advindo de terceiros.

Ah! Quando os palácios se alagarem
Na sua própria lama
E decorrer dela,
Sua própria Câmara
De retransformação...
Nem que para isso,
Tenha que haver a derrubada da última pedra,
Da fundamental,
Essa mesma
Que foi feita por àqueles
Que vieram das palafitas,
E nem puderam,
Por não existir pedra alguma,
Só madeira, tábua velha,
Suspensa por Deus
E pela natureza da água,
Do Rio, que inexiste
Uma moradia digna como manda a carta Magna,
E somente a extrema e existente miséria.

20/06/2011

*Registrado no escritório dos Direitos Autorais da Biblioteca Nacional - RJ

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