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A sociedade no combate à corrupção do Estado

Quando olhamos civicamente, a manifestação da sociedade civil no tocante à mobilização no apoio à Frente Anticorrupção aberta no Congresso, e a indignação desencadeada nas redes sociais tendo como resultado um ato agendado e que ocorrerá no dia 20 de setembro na Cinelândia, no Rio, mostram-nos que ainda há um fio de esperança na capacidade incondicional e irrestrita de se indignar; quando de malfeitos entranhados e acometidos nas diversas instâncias do Estado.

Após a comunicação da presidente Dilma Rousseff, no lançamento do programa Brasil sem Miséria com os governadores do Sudeste, de que o “que interessava para o governo” não era a “faxina ética”, e sim, “a da miséria” (o que também, e obstinadamente tem que ser combalido), ficou claro que ela queria arrefecer os ânimos exaltados de sua base aliada. Mas, a presidente, e qualquer que o (a) seja lutará sempre pela costura de sua governabilidade, e pelo manuseio da balança desbalanceada entre o que se pode fazer, e o que não se pode perder.

Por isso, mesmo, quem tem que agir nestes casos, é a sociedade civil. É o povo, munido de sua consciência, senão aprofundada pelas análises de conjuntura política, pelo menos, com a leitura macro do noticiário dos jornais, e o que é o principal em seu conteúdo de informação: As denúncias, que tem partido dentro dos órgãos controladores da união, como a CGU, a PGR e a Polícia Federal, e que têm tido o ressonar da imprensa, seja ela, a grande ou a independente advinda das mídias de internet.

O ocaso e centro das denúncias remetem sempre a mesma coisa, fruto do dito popular de que “a ocasião faz o ladrão”. É claro que, nos escândalos enraizados no Ministério dos Transportes, na Agricultura, no Turismo, e agora, a mesada no caso do Ministério das Cidades, mostram-se como de grande contundência de que a causa-raiz e quem financia tudo isso, é a impunidade e a acomodação em não se indignar com os fatos que nos são colocados corriqueiramente nas manchetes políticas. Ou a sociedade, de fato, sai do limbo, esquece um pouco as diferenças políticas, ou teremos que continuar a dividir o estado com verdadeiros ratos que surrupiam “às escondidas”, os nossos mantimentos públicos, em virtude de estarmos em sono profundo e no escuro modorrento em relação à política.

Antigamente - na antiguidade -, no berço da democracia, tínhamos na civilização grega, as Ágoras, assim chamadas às praças onde o povo se reunia em prol da discussão e debates públicos a respeito dos problemas de estado, e que via neste dispositivo a forma direta de democracia e de participação incisiva de toda sociedade grega. Apesar, de termos uma democracia que carece de muitas reformas estruturais no trato entre o modelo econômico e de estado em consonância com as demandas e de um modelo pleno social, podemos aproveitar o gancho e transformar o mecanismo antigo das Ágoras, no que nos falta para galgar à democracia do povo. Aliás, de antigo – apesar da antiguidade – ele não tem nada, e pode nos dar à luz que falta para uma modernidade em nosso sistema político e de estado. E – para isso – tome faxina! Com o apoio de amplos setores da sociedade, da administração pública, e de quem de fato condena este tipo de prática nefasta e histórica que permeia há séculos, o Brasil. Fazendo as Ágoras de antigamente, ganhar vida com a sociedade e com os populares, no “agora” da política brasileira.

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